terça-feira, 12 de julho de 2011

Ringo Starr: bom músico ou apenas um cara de sorte?

Bateristas atestam o talento do beatle, que vai tocar pela primeira vez no Brasil

No mês em que Ringo Starr completa 71 anos e que começa a venda de ingressos para suas primeiras apresentações no Brasil — no Rio, o show será dia 15 de novembro, no Citibank Hall —, fomos atrás de feras das baquetas para defendê-lo em uma polêmica questão. Afinal, o baterista dos Beatles é um bom músico ou, como é constantemente avaliado, apenas um cara de sorte, com talento inferior, que calhou de tocar com os geniais John Lennon, Paul McCartney e George Harrison?

“Ringo é um dos maiores bateristas de sua geração e também um ícone da música pop”, define o ex-Titãs Charles Gavin. “Recomendo a audição de suas melhores performances, como ‘Come Together’ ou ‘Ticket To Ride’. Isso é apenas uma amostra deste músico, que criou arranjos à altura das canções de Lennon, McCartney e Harrison”.

Outro instrumentista de reconhecido talento, João Barone, do Paralamas do Sucesso, faz coro com Gavin. “Toda uma geração de bateristas começou a tocar por causa dele, incluindo eu mesmo”, revela. “Ringo passou pelas várias fases da evolução dos Beatles com seu estilo próprio, sua pegada firme, simbolizando o baterista de rock, insubstituível dentro da banda”.

Baterista do Roupa Nova, Serginho Herval desfrutou o gostinho de gravar no mítico estúdio Abbey Road, em Londres, onde os Beatles registraram sua história. “Análises e questionamentos sobre a musicalidade do Ringo sempre vão existir, mas que ninguém duvide que a forma de tocar bateria mudou radicalmente após os Beatles. Acho que existe a bateria antes e depois do Ringo. E que me desculpem os grandes nomes da batera hoje, mas, provavelmente, vocês nem existiriam sem as levadas muito bem colocadas pelo Ringo”.

A influência de Ringo Starr atinge músicos de diversas gerações, até hoje, como atesta Japinha, baterista do CPM 22. “Seus arranjos deixaram as músicas dos Beatles muito mais interessantes, pois não eram convencionais. Ele tocava fácil e tocava bem. Os bateristas devem agradecer por sua contribuição. Prefiro Ringo que muitos virtuosos das baquetas”, elogia.


(Em sentido horário: Charles Gavin, João Barone, Serginho Herval e Japinha derretem-se pelo baterista dos Beatles)

No show que vem por aí, porém, o setentão Ringo mais canta que toca. À frente de sua All Starr Band, deixa as baquetas para o não menos talentoso Gregg Bissonette. O repertório, no entanto, transborda de clássicos, como ‘Yellow Submarine’, ‘With A Little Help From My Friends’ e ‘It Don’t Come Easy’. LSM

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