quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Os sonhos de Milton Nascimento não envelhecem

As recentes manifestações populares que tomam o Brasil desde junho estão mexendo com Milton Nascimento. “Está acontecendo de novo!”, comemora o autor de ‘Coração de Estudante’, canção transformada em hino da reivindicação pelas eleições diretas nos anos 80. “Nunca pensei que veria tão cedo algo parecido com aquela multidão nas ruas. Fiquei tão feliz que fiz shows vestindo uma camisa com a inscrição ‘não é pelos R$ 0,20’”.

Isso foi bem depois de comemorar seus 50 anos de carreira, em um tranquilo mês de novembro, no ano passado, no palco do Vivo Rio. O registro do show acaba de sair no CD e DVD ‘Uma Travessia’, com participação dos velhos amigos Lô Borges e Wagner Tiso (este, o coautor, com Milton, de ‘Coração de Estudante’).

“Fizemos esta música, inicialmente instrumental, para o filme ‘Jango’, do Silvio Tendler”, detalha o cantor. “Quando assisti, me bateu uma saudade de quando trabalhei com a UNE (União Nacional dos Estudantes). Na mesma época, um jovem estudante amigo meu que morava em Roma veio passar uns dias na minha casa. Assim que chegou, dormiu, de tão cansado. Essa imagem dele deitado, com as sensações do filme, me inspiraram a escrever a letra”.

Falando de amigos, Milton logo lembra de outro, para quem fez a conhecidíssima ‘Canção da América’ (“Amigo é coisa pra se guardar...”). “Foi para o músico Ricky Fataar, que tocou com nomes como Beach Boys e Jeff Beck. Fiz em Los Angeles, quando tinha perdido o contato com ele. Até que um dia, em Londres, no camarim de um show meu, me falam que o Eric Clapton estava do lado de fora. Na hora autorizei ele a entrar, e quem estava junto? O Ricky! A partir daí, nunca mais perdemos contato”.

É da natureza de Milton Nascimento comandar o movimento, seja o musical, do seu lendário Clube da Esquina, ou o político, da luta pela democracia. As manifestações atuais só não tiveram força suficiente para inspirar o artista de 70 anos, que atestou em sua música que ‘os sonhos não envelhecem’, a compor uma canção sobre o momento: “Não tenho feito nenhuma nova, sobre nada. Por enquanto, estou só cantando”, descarta.

MILTON EM LIVRO
Neste mesmo mês em que sai o DVD no qual o cantor e compositor passa a limpo a carreira musical ao vivo, sua vida e obra também são contadas em livro. Chico Amaral, letrista do grupo mineiro Skank, lança ‘A Música de Milton Nascimento’ na próxima quarta-feira, na Livraria da Travessa de Ipanema, com presença do próprio homenageado.

(Milton e Chico Amaral)

“Se fosse apenas cantor ou compositor, Milton já estaria na história de nossa música. Ocorre que ele é as duas coisas em altíssimo nível”, elogia o autor. O livro vem ainda com um DVD com um papo exclusivo com Milton em sua casa.

MENINO DO RIO
Milton Nascimento não é mineiro, como muita gente acha. “Sou ‘mineiroca’”, apressa-se ele em classificar a sua naturalidade, mistura de mineiro com carioca. “Nasci no Rio de Janeiro, mas fui para Minas com dois anos de idade e só voltei aos 20”, explica ele.


Milton considera o local onde mora no Rio, no Itanhangá, parecido com a sua amada Minas Gerais “pelas montanhas ao redor”. E aqui ainda tem praia pertinho, né? “Sou muito apaixonado pelo Rio e adoro praia! Gosto de mergulhar, de ir a Búzios e entrar mar adentro”, garante o jovem senhor setentão.

O célebre disco ‘Clube da Esquina’, de 1972, que dividiu com Lô Borges, foi praticamente todo feito de frente para um vasto mar no litoral de Niterói, em Piratininga — no livro do letrista Márcio Borges, ‘Os Sonhos Não Envelhecem’, inclusive, há uma foto de Milton e sua turma pegando jacarés nas ondas de lá.


“A ditadura estava tão má naquele período que tivemos que nos refugiar em Niterói. Faz uns três anos eu passei lá pela área da casa onde fizemos o álbum. Fiquei muito triste, não é mais nem de longe a mesma coisa, a região está muito diferente, muito urbanizada. A gente abria a porta de casa e já estava na areia. E ninguém trancava a porta, não tinha risco algum de violência”, lamenta. LSM (fotos Milton: Maíra Coelho) 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Prazer em conhecer Sasha Grey

Nunca antes a Livraria Cultura de São Paulo havia presenciado tamanha fila para comprar livro e pegar um cobiçado autógrafo — e, se der, tirar uma foto e ainda roubar um beijinho — de um autor. Foram 800 cabeças presentes e 500 livros vendidos. A estrela é Sasha Grey, 25 anos, protagonista de centenas de filmes pornôs (desistam, ela diz que “já conseguiu tudo o que queria como atriz pornô” e não pretende mais fazer tais produções) e autora do romance erótico ‘Juliette Society’ (Ed. Leya, 235 págs., R$ 34,90).

“É muito cansativo passar horas assinando livros (em SP foram quatro horas), apesar de gratificante. Essas tardes de autógrafos são tão exaustivas quanto fazer uma cena intensa de sexo”, compara Sasha Grey, ou Marina Ann Hantzis, seu nome de batismo, em um descontraído papo na orla do Leblon, em frente ao hotel... Marina! “Já ouvi mil piadinhas sobre isso hoje”, brinca ela.

Mas, Sasha, é realmente tão cansativo assim fazer filmes pornôs? Afinal, os atores ali têm prazer, ou estão todos sempre fingindo?

“Eu sempre tive prazer!”, atesta. “E sei de muitas atrizes que também têm. Mas, claro, às vezes, a química entre os atores não rola, e aí é que cansa, demora... Comigo já aconteceu várias vezes, de o ator não gostar de transar porque não sente atração por um corpo mais magro, como o meu, por exemplo. Tem também muitos atores que são gays não-assumidos, o que também dificulta bastante certas cenas”.

‘Juliette Society’ conta a história de Catherine, uma mulher que tem a sexualidade despertada em um clube secreto, onde as pessoas se encontram para explorar suas fantasias sexuais. Qualquer semelhança com o badalado ‘50 Tons de Cinza’ não é mera coincidência — na capa do livro, ela é destacada como ‘a próxima El James’, autora do best-seller. Em matéria de sexo, Sasha Grey, registre-se, é bem mais experimentada.

“As pessoas comparam, porque a literatura erótica faz muito sucesso e gera notícias. Mas o ‘50 Tons...’ é feito com uma estrutura mais tradicional, mais romântica que a do meu livro. Estou já planejando um filme baseado no livro, para o ano que vem, provavelmente”, anuncia.

SASHA IN RIO 
Todo mundo tem a sua primeira vez, e nesta que é sua estreia em território brasileiro, mal aterrissou na capital carioca, pediu: “Nem quero ir ao hotel, vamos direto ao Pão de Açúcar”. E lá foi ela, serelepe, bater perna pela cidade. A programação para a noite era passar por boates na Gávea e Botafogo, e hoje pela manhã, se você correr, é capaz de esbarrar com ela na praia do Leblon.

Mas rapazes, atenção, nem se entusiasmem, porque agora ela é comprometida: “Estou namorando. Nos conhecemos depois que eu parei de fazer pornô. Ele tenta ser compreensivo, dentro do possível”.

NA PISTA
Além de atriz (ela também faz filmes não pornôs) e escritora, Sasha Grey também é guitarrista (“Meu maior ídolo é o Jimi Hendrix”) — já teve banda, aTelecine — e DJ. Hoje, ela vai mostrar seu repertório de house e deep house na festa moderninha do coletivo de fotógrafos I Hate Flash.

“Estou adorando conhecer a música brasileira”, derrete-se ela, já abocanhando um vinil de Jorge Ben Jor. “Lá onde moro, em Los Angeles, o Seu Jorge é muito famoso. Também me amarro no Sepultura!”, completa. LSM (fotos: Fernando Souza) 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Contagem regressiva para o Rock in Rio

Faltam apenas 30 dias para o Rock in Rio 2013. No papo com Roberta Medina, na Cidade do Rock, ela assume: “Ainda tem vários detalhes para afinar, mas já temos 80% da estrutura toda pronta para a música rolar. O que está pendente é só a maquiagem”, avalia.

Com poucas pendências para resolver, a cabeça da vice-presidente do festival já está nas próximas edições. “Costumo dizer que, enquanto um Rock in Rio está acontecendo, outro já está sendo planejado. O próximo será em Lisboa, a partir de 23 de maio de 2014. Vai ser a sexta edição em Portugal e uma data especial, porque vamos celebrar os dez anos do evento por lá”, comemora.


Celebração mais especial ainda está programada para a edição de 2015 no Rio (desde 2011, o festival acontece de dois em dois anos na capital carioca). Na ocasião, serão festejados os 30 anos do primeirão e mais emblemático Rock in Rio, o de 1985. “Vai ser uma grande festa!”, promete. “Vamos transmitir os shows daqui em tempo real para um telão na Times Square (a badalada praça de Manhattan, em Nova York, Estados Unidos)”, anuncia.

Faz tempo a conquista da América pelo Rock in Rio é um sonho acalentado por ela e também por seu pai, Roberto Medina, criador do festival. Finalmente será realizado. “Ainda no primeiro semestre de 2015, teremos um em Las Vegas!”, antecipa Roberta, entusiasmada com os planos.

Nem a possibilidade de tumulto decorrente de alguma manifestação popular das que vêm tomando o Brasil nos últimos meses abala a empolgação. “Acho que não só o carioca, mas o brasileiro em geral gosta e cuida bem do Rock in Rio. Ressalto que 46% do nosso público é de gente fora do Rio. Não acredito que vá ter algum problema, mas, assim como em 2011 tivemos a tentativa de invasão, nós temos nossos planos A, B e C para evitar que coisas assim aconteçam”, avisa, lembrando que, na ocasião, a segurança do evento e a Polícia Militar usaram bombas de efeito moral para afugentar homens que tentaram pular a grade no setor Norte do festival. “Claro que é um evento privado, mas acredito que as pessoas vão querer mesmo é brincar e se divertir”.

LONDRES É AQUI
Imagina o clima londrino, frio que dói, em pleno Rio de Janeiro... Não parece combinar, e a própria Roberta Medina se mostra incrédula ao ver um típico guarda inglês, com aquelas roupas quentes, parado sob um sol de rachar em plena Cidade do Rock, para divulgar o evento : “Coitado, deve estar derretendo nesse calor danado!”, dispara, sem notar qualquer reação do guardinha. “Ah, ele não pode reagir, é assim na Inglaterra!”.

O espaço Rock Street quer provar que Rio e Londres têm tudo a ver, principalmente se deixarmos o clima de lado e focarmos só nas artes. Com temática inglesa, vão passar por lá desde bandas cover dos Beatles (como a All You Need Is Love) a grupos gringos de dança de rua. LSM (foto João Laet)

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Pagodinho norte-americano

Já são 30 anos de carreira — devidamente comemorados no recém-lançado DVD ‘30 Anos — Vida Que Segue’. No entanto, durante as três décadas de andanças pelo Brasil e mundo afora, Zeca Pagodinho nunca foi a Las Vegas, nos Estados Unidos, cidade conhecida por ser a meca mundial dos cassinos. Dizem, inclusive, que o pôquer está para Las Vegas assim como o futebol e o samba estão para o Brasil.

No próximo dia 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, Zeca faz um show lá, especialmente planejado para celebrar a data, e promete colocar para sambar a plateia do Encore Theater, no badalado hotel Wynn Las Vegas. Ao mesmo tempo, pretende aproveitar a ocasião para fazer uma fezinha.

“É claro que vou querer brincar um pouco. Vou quebrar a banca lá! Se não pode jogar aqui, eu jogo lá”, decreta Zeca Pagodinho, como que dando seu grito de independência ou... sorte!

Antes de lançar os dados ou apostar na roleta, porém, ele — que não gosta de voos de longa distância e é resistente a apresentações no exterior — faz ainda um outro show em território norte-americano: no dia 1º de setembro, em Nova York, ao lado do sertanejo universitário Gusttavo Lima, no badalado Brazilian Day. E enquanto não decola rumo aos States, Zeca está de olho nos problemas aqui da terrinha — como foi registrado no início do ano, quando saiu pelas ruas de Xerém, em Duque de Caxias, para ajudar as vítimas da chuva que castigou o bairro onde tem um sítio. Na ocasião, uma foto sua com o quadriciclo ajudando nos resgates se popularizou na internet, na forma das mais diversas piadas, e até inspirou páginas no Facebook, como Humor do Zeca, Zeca Boladão e Zeca Indelicado. Ele, no entanto, não achou muita graça. Aliás, garante que nem viu as galhofas.

“Não vejo internet, nem Facebook, nenhuma dessas porras. Então, para mim, isso passou batido”, descarta, sério. “Sou um cidadão e um ser humano, não poderia deixar de ajudar”.

Zeca Pagodinho conta que vem acompanhando as manifestações que pipocam pelo país. “Eu estava achando isso muito bom, mas pessoas quebrando tudo e dando prejuízo a quem trabalha duro, ou impedindo o nosso direito de ir e vir, não é nada legal. Pensei que o Brasil tinha de fato acordado e que as manifestações iam tomar um rumo bacana, mas o que vi foi muita desgraça. Embora isso seja obra de apenas um pequeno grupo, está tirando o foco do que é correto. São uns babacas querendo estragar tudo, e esses caras têm que ser algemados e ir para a cadeia”, desabafa o bamba. LSM

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Alceu Valença, um ‘carioca de Olinda’

O pequeno Rafael, 12 anos, quer porque quer um Playstation. O pai, Alceu Valença, 67, se recusa a comprar o caro videogame. O garoto não se dá por vencido e pergunta se pode montar uma banquinha na rua para vender uns antigos CDs do coroa que estão encostados em um canto da casa da família, em Olinda, Pernambuco.

“Ele é inventor! Vendeu tudinho, conseguiu R$ 1.500 e comprou o tal Playstation. E eu notei que sou mesmo uma atração por lá. As empresas de turismo ganham muito com isso, só eu que não ganhava!”, diverte-se o pernambucano Alceu, que nasceu em São Bento do Una e hoje se divide entre o Rio e Olinda.

A partir da iniciativa do filho, sua mulher, Yanê Montenegro, resolveu profissionalizar a ideia. E assim nasceu a loja Tudo AV, em Olinda, mas que também viaja com Alceu Brasil afora. No próximo dia 29, por exemplo, quando faz show no Teatro Oi Casagrande, no Leblon, estará lá uma barraquinha da Tudo AV.

“Tem almofadas, camisetas, chaveiros, isqueiros, relógios e diversos outros produtos com estampas inspiradas nos meus discos”, anuncia o cantor.


Para esse show, em formato acústico (acompanhado por seu inseparável guitarrista, Paulo Rafael), ele tem outros anúncios a fazer: a participação da bela e talentosa sanfoneira paraibana Lucy Alves, que ele descobriu, e os 30 anos de uma de suas músicas mais populares, 'Anunciação’ (aquela do refrão ‘tu vens... tu vens...’).

“Em 1983, eu estava brincando com uma flauta no jardim da minha casa em Olinda. Lembro até hoje, era uma flauta simples que comprei de um hippie no Rio Grande do Sul. Foi aí que me surgiu a melodia de ‘Anunciação’. Minha namorada ouviu aquilo e falou: ‘Que música bonita essa que você está tocando...’. Mas ainda não era música nenhuma”, recorda. “Inspirado, saí tocando pelo quintal e lá estavam as roupas no varal. Fui até a rua, e ouvi o sino da catedral... isso tudo foi colocado na letra da música depois. Naquele tempo, dava para sair tranquilamente dançando pela rua. Nem autógrafo pediam, porque na época era cafona. E também não tinha telefone celular, para as pessoas ficarem tirando fotos! Graças a Deus!”, diverte-se.


PAPA DEMAIS
Alceu solta a expressão ‘graças a Deus’ várias vezes durante o papo. E é dele a canção ‘Tomara’, que repete em vários versos a frase ‘Tomara, meu Deus, tomara’ (e que se tornou uma espécie de hino das manifestações recentes no País). Mas, religião, ele não segue nenhuma.

“Sinto que as questões de Deus são algo bem maior, uma energia cósmica. Falaram que Deus deveria ter evitado a chuva durante a visita do Papa... pô, acho que ele não se mete muito nesses problemas da Terra”, comenta. “Eu não tenho religião, mas gostei do Papa, achei que ele é muito carismático, lúcido e inteligente. Já minha mãe, que é católica, não aguentava mais. Chamei-a para ver o Papa na televisão, ela disse: ‘Mas nem se ele estiver vestido de mulher!’. Foi Papa demais pra ela”, brinca o artista.

Sempre travesso, Alceu até hoje desobedece Dona Adelma Valença, 99 anos. “Ela falou que eu pareço mais jovem sem barba, e disse: ‘Ou tira ou pinta de preto! Faça isso, o povão gosta de ser enganado!’”, conta, às gargalhadas.

Apesar das orientações da mãe, ele mantém o cavanhaque. E não pintou de preto. Para o rejuvenescimento, Alceu conta que segue os conselhos de um antigo amigo. “Tem um artista plástico chamado Bill de Olinda que me ensinou que, para ser eternamente jovem, é só se olhar no espelho todo dia e dizer: ‘Eu gosto de você’”.

APOSTA PARAIBANA
Para a apresentação no Oi Casagrande, dia 29, Alceu vai chamar ao palco uma jovenzinha sanfoneira da Paraíba que o encantou. Tanto que, desde o ano passado, ela tem participado de apresentações suas. Revelação do instrumento, a linda e talentosa Lucy Alves também é cantora e integra, em seu estado, o grupo Clã Brasil.

“Conheci a Lucy quando fui tocar em uma festa de fim de ano de uma empresa, em Pernambuco. Ela se apresentou antes e fiquei tão entusiasmado com seu talento que pedi espontaneamente para dar uma canja”, relata.

Alceu Valença tem seis tipos de shows diferentes, que faz questão de enumerar e detalhar com orgulho: “Anote aí, viu? Tem o que faço no período de São João, que é forrozão; tem o de Carnaval, repleto de frevo e maracatu; o que chamo de ‘Metropolitano’, só com os sucessos da carreira; montei também o ‘Valencianas’, que é um concerto com a Orquestra de Cordas de Ouro Preto; tem ainda o meu show de rock, que é baseado no meu disco ‘Vivo’, de 1976; e tem esse acústico, que trago de volta ao Rio, no qual toco com meu amigo de anos Paulo Rafael”, lista. LSM (fotos Alceu: Felipe O'Neill)