quinta-feira, 18 de julho de 2013

Descoberta por Dennis Carvalho, Michele Leal vai parar na trilha de 'Sangue Bom'

Sabe aquelas histórias de contos de fadas, com sonhos realizados, príncipe encantado e tudo mais? Pois elas acontecem não só no mundo das fábulas, mas também na vida real. Foi assim com a cantora mineira Michele Leal. Há sete anos, ela saiu de Itajubá, no sul de Minas Gerais, para cursar Comunicação Social no Rio e, claro, se arriscar na música nas horas vagas. Até que um dia...

“Eu estava passeando na Lapa, aí um amigo me convidou para assistir a um show em um hostel”, detalha o diretor de novelas Dennis Carvalho, o ‘príncipe encantado’ em questão. “Era uma apresentação da Michele Leal. Eu fui, e lá ouvi uma música que adorei, ‘Jacarandá’. Perguntei a ela se interessava colocá-la na trilha de ‘Sangue Bom’”.

Carvalho assina a direção geral e de núcleo da novela das 19h da Globo, e ‘Jacarandá’ foi parar na trama como tema de Malu, personagem interpretada pela atriz Fernanda Vasconcellos. A faixa faz parte também da estreia em disco de Michele, no EP (disco de cinco faixas) homônimo da canção. “Foi uma grande surpresa o Dennis ter aparecido naquela ocasião, assim, sem mandar aviso. Lembro que ele se divertiu e dançou bastante”, comenta a cantora, ainda incrédula. “Dá prazer e orgulho ter meu trabalho divulgado em uma novela na televisão, alcançando um grande público em escala nacional. Agora, as pessoas vão até cantar comigo no show”, comemora a jovem de 28 anos.

Ela não vai esquecer nunca a primeira vez que ouviu ‘Jacarandá’ no ar. “Meus amigos fizeram questão de me prender em casa na frente da televisão para assistir ao primeiro capítulo da novela. Quando a minha música tocou, foi como um gol do Brasil na final da Copa do Mundo. A gente gritava e se abraçava com euforia”, relata.

foto: Felipe O'Neill

Michele Leal vai além do sucesso global. Seu CD, registre-se, tem direção e produção musical de Jorge Helder, baixista de nomes como Chico Buarque e um dos mais requisitados da música brasileira, e participação de outros músicos tão renomados quanto, como Lula Galvão, Jaques Morelenbaum, Jurim Moreira, Marcos Nimrichter e Jaime Alem. Seu ritmo passeia pelo samba, rock, maracatu, baião e afoxé. Inclusive, todas as canções do EP ‘Jacarandá’ podem ser baixadas gratuitamente em seu site, www.micheleleal.com.br. A atriz Fernanda Vasconcellos garante que amou a música ‘Jacarandá’.

"Escuto ela sempre e, desde a primeira vez, já quis conhecer a Michele, que me foi apresentada pelo Dennis Carvalho”, conta a atriz.

Michele Leal diz que se identifica com a personagem Malu, que tem como característica viver para ajudar os outros: “Acredito que cantar e fazer música é como ajudar as pessoas, fazê-las felizes e trazer alegria para todos”. LSM

sábado, 13 de julho de 2013

Nós, mulheres de roqueiros

Ser mulher do vocalista de uma banda de rock deve ser o máximo, não é? Tem até propaganda na televisão falando disso. A verdade é que nem sempre é mole ser casada com um marido-roqueiro, que tem que se dividir entre shows, viagens e a família. Sem falar no assédio das fãs enlouquecidas. E quando a banda vai ensaiar no lar do casal, e sobra para a patroa fazer lanchinho para a galera?

Hoje, Dia Mundial do Rock (celebrado desde o histórico festival beneficente Live Aid, em 13 de julho de 1985), revelamos como é a vida das moças que curtem e seguram a onda ao lado de roqueiros como Tico Santa Cruz (Detonautas), Philippe Seabra (Plebe Rude), Canisso (Raimundos) e Bruno Gouveia (Biquini Cavadão).

Luciana Rocha, astrônoma. Está casada há 12 anos com o vocalista Tico Santa Cruz. Mãe de Lucas, 12 anos, e Bárbara Odara, 5
Ela ama o gênero musical abraçado pelo marido, Tico Santa Cruz, vocalista do Detonautas. E tem até uma tatuagem no pulso em homenagem ao rock.


“Já aconteceu de eu ser barrada no camarim dele pelo segurança. Quando comentei que era a mulher do Tico, ele apontou para várias outras meninas e disse: ‘Tá vendo aquela ali? Também é mulher do Tico. Aquela outra ali é a namorada do Tico, e aquela mais atrás é mãe do Tico. Tem umas 20 mulheres aqui querendo entrar dizendo que são mulheres dele”, conta ela, que, depois de algum custo, conseguiu provar ser a “oficial”. “Quando ele sai em turnê, a saudade alimenta nossa relação. Quando ele retorna, os sentimentos sempre se renovam. Ele é muito fofo, me acorda de madrugada para dizer que me ama e passa boa parte do tempo me fazendo carinho”, derrete-se Luciana.

Fernanda Silva Rodrigues de Seabra, funcionária pública. Casada com Philippe Seabra, da Plebe Rude, há 10 anos. Eles têm um filho, Philippe, de 1 ano e 7 meses
Quando Philippe Seabra, vocalista e guitarrista da Plebe Rude, faz show, sua parceira, Fernanda, não tem conseguido comparecer. “Quando não tínhamos filho, cheguei a ir com ele algumas vezes nas turnês. Adoro ir, mas depois que nasceu o Lipe-Lipe, é assim que chamamos o nosso filhote, isso se tornou tarefa impossível”, lamenta ela.


O estúdio de Philippe Seabra fica em casa. Então, é inevitável o barulho. Fernanda não costuma dar bronca, mas quando o bebê vai dormir e os ensaios são à noite, acaba pedindo para ele maneirar um pouco. Ela conta ainda que ficar em casa cuidando do pequeno quando Philippe vai tocar não é problema, já que não teme o assédio das fãs dele. “Os roqueiros hoje estão mais caretas. A maioria que eu conheço é bem casada e costuma ser fiel... até onde eu sei! No caso da Plebe, costumam ir ao camarim mais homens que mulheres. Esse é o perfil de fãs da banda. Sorte minha e azar dele!”, brinca.

Izabella Brant de Vasconcelos Schueler Vieira, cantora. Está casada há dois anos com Bruno Gouveia. Eles não têm filhos
Bruno Gouveia e Izabella Brant dividem a mesma profissão: os dois são cantores. Só que ele seguiu o caminho do rock com o Biquini Cavadão e ela, do forró, à frente de sua banda, a Menina do Céu.

“Sempre que ele não tem show, acaba aproveitando para ir aos meus. E ainda faz participação especial! Imagina, um roqueiro cantando xote... E olha que ele leva jeito!”, diverte-se Izabella.

Mas, claro, apesar da atividade musical comum, nem tudo é afinado como neste dueto “forrock”. “Um ponto negativo é quando chegam as datas importantes para a família ou para nós e estamos afastados. Dia dos Namorados juntos é sempre uma incógnita, por exemplo. Mas aprendemos a celebrar antes ou depois das datas em si. Fica especial do mesmo jeito”, resigna-se ela.


Por ser cantora, Izabella, assim como Bruno, também passa pelos usuais assédios dos fãs. “Sei sair da situação com bom humor e ele acaba achando graça. O segredo é ter jogo de cintura e saber impor limites”, ensina.

Ensaios do Biquini em casa? Por ela, tudo bem: “Adoro cozinhar e inventar lanches, almoços e jantares. É um prazer e lamentamos não termos tanto tempo para isso. Bronca aqui é só quando a música acaba!”.

Adriana Toscano de Vilhena Campos, psicóloga, produtora e mãe de família. Está casada há 23 anos com Canisso. O casal tem quatro filhos: Mike, 21 anos; Lori, 20; Nina, 13; e Pedro, 9
O mundo dá voltas: “Quando o conheci, eu é que viajava, pois fui atleta profissional de remo. Então, teve volta!”, recorda Adriana Toscano, mulher de Canisso, baixista do Raimundos. “Até hoje, mesmo depois de tantos anos, sinto saudade quando ele viaja. Quando dá, eu vou junto. Mas já foi bem f... deixar ele nessa estrada. Tivemos problemas quando fiquei muito sem ir nas viagens, porque tinha acabado de ter meu terceiro filho, e o Raimundos estava estouradaço com ‘Mulher de Fases’. Mas não desisti dele, nem ele de mim. Temos muito amor um pelo outro”.

Adriana também é instrumentista: já foi baterista e teve sua própria banda. Ela, portanto, foi alvo do assédio dos fãs. “Antigamente, o Canisso queria logo sair na porrada! Uma vez, saindo de um show dele, quando já estávamos nos dirigindo para o carro, um grupo de fãs se aproximou e um deles falou para o Canisso: ‘Não quero seu autógrafo, não. Quero o da sua mulher!’ Ficamos todos rindo, foi bem engraçado, mas ele ficou p... da vida!”, diverte-se.

Hoje, é ela quem organiza a agenda dele. Depois de tantos anos casados e de tantas experiências, a paixão pelo rock faz sua parte para mantê-los juntos: “Comecei gostando de AC/DC, depois descobri Suicidal Tendencies, Metallica, Queen, Queens Of The Stone Age, Ramones... Aqui em casa todos curtem rock!”, orgulha-se. “O bom é que não caímos em uma rotina, por isso o casamento está sendo longo”. LSM e Ricardo Schott

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Monobloco fora de época

Estrela do verão e do Carnaval, a trupe carioca lança CD em pleno inverno para que os fãs aprendam as músicas novas até o desfile de 2014 

Ensaio do Monobloco tem que ter água, café e... algodão. Muito algodão. “Rapaz, coloca isso logo no ouvido, que o som aqui dentro é alto pra c...!”, orienta Pedro Luís, uma das cabeças pensantes da big band carioca.

A dica é providencial. Dentro do estúdio da trupe na Rua das Palmeiras, em Botafogo, a massa sonora produzida pelos tambores, guitarras e vocais de 17 cabeças (o grupo completo conta com 24 integrantes) é praticamente ensurdecedora. Ali, eles se preparam para a estreia da turnê de lançamento do novo CD, ‘Arrastão da Alegria’.

“O Monobloco é conhecido como uma banda de baile, que toca um repertório de sucessos que estão na boca do povo. Nesse disco, ousamos ao sair desta fórmula para destacar também músicas autorais”, explica Pedro Luís. “Essas novas canções têm potencial para se tornarem sucessos e a gente quer apresentá-las ao público desde agora para que, no Carnaval, todos já saibam cantar juntos no nosso desfile”.

No centro da sala de ensaio, Celso Alvim, outro cofundador do Monobloco, rege a tropa enquanto os ritmistas definem um arranjo para o funk ‘Balança Geral’, uma das inéditas, que ao vivo vai ganhar citações de James Brown e do ‘Ah Lelek Lek Lek Lek’. “Estamos acertando os últimos detalhes. Isso de misturar o funk de James Brown com o funk carioca surgiu espontaneamente no ensaio”, descreve Alvim.

Para ficarem afinadinhos para a turnê, que começa no Rio e depois vai a Brasília, São Luís, Fortaleza, Belo Horizonte e Guarapari, os músicos do Monobloco estão ensaiando mais que o normal. “A gente costuma se encontrar regularmente duas vezes por semana, mas, ultimamente, o ritmo aumentou para três a quatro encontros”, conta Pedro Luís.


PARABÉNS NO PALCO
A apresentação desta semana na Fundição Progresso terá mais um ingrediente especial, ao menos para um dos músicos. É o dia do aniversário de 45 anos de Sidon Silva, outro dos criadores do Monobloco, ao lado de C.A. Ferrari e Mário Moura, além de Celso e Pedro. “Pô, aposto que vão levar bolo para cantar parabéns no palco”, prevê Sidon, às gargalhadas. LSM (fotos: Estefan Radovicz)