terça-feira, 18 de maio de 2010

Nasi está mais roqueiro que nunca

Como que sob uma implícita responsabilidade de dar seu recado no primeiro lançamento depois da barraqueada saída do Ira!, o vocalista pegou firme nas guitarras e foi fundo no rock and roll em 'Vivo na cena' – ao contrário de suas outras investidas solo, calcadas em sua velha paixão pelo blues. Livre para fazer o rock mais barulhento sem ter que evitar competir ou confundir-se com o som do grupo, Nasi deu uma geral em um monte de sons que sempre fizeram sua cabeça, incluindo coisas já previamente registradas com o Ira! e umas poucas inéditas. Entre garimpos do Voluntários da Pátria ('Verdades e mentiras'), Muzak ('Onde estou?'), Zé Rodrix ('Por amor'), Picassos Falsos ('Carne e osso') e Raul Seixas ('Rockixe', esta com Marcelo Nova), bola fora apenas para a desnecessária e impiedosa destruição de 'O tempo não para' (Cazuza), além da participação desespecial da voz chata de Vanessa Krongold, da também desinteressante banda Ludov.

Já a voz de Nasi continua aquela, rouca - mas as boas músicas escolhidas para o repertório e a atitude ao interpretar lhe garante propriedade para com este lançamento seguir relevante na cena. As performances foram registradas ao vivo em estúdio. O som capturado está quente, orgânico, como todo rock deve ser. Disponível também em DVD, lá pela metade o cenário monotemático pode cansar o espectador. Os extras também não ajudam muito: o minidocumentário 'Quem é Nasi?', com depoimentos do contemporâneo Kid Vinil e dos músicos da banda e envolvidos na produção do lançamento, deixa a desejar pelo que poderia ser o filminho se um punhado de nomes relevantes desde os primórdios do Ira! tivessem sido chamados para resgatar suas memórias. Também faz falta ao CD e DVD pelo menos uma informação básica, para orientar no mínimo os que vão se deparar com seu som pela primeira vez: crédito na embalagem sobre os compositores das faixas. No mais, fica a aula do veterano para os aspirantes a um rock honesto e com pegada. LSM

* Crítica publicada originalmente no site Laboratório Pop: http://www.laboratoriopop.com.br/criticasDvd.php#vivo-na-cena

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Um novo Acorde está no ar…

O programa Acorde, que piloto na Roquette Pinto 94.1 FM nas noites de terça-feira, migra para as tardes de sábado, estreando neste dia 15 de maio, a partir das 16h. Nesta nova fase, um punhado de novidades:


- Passo a dividir a missão de produção e apresentação com a cantora Sabrina Sanm, expoente da cena roqueira carioca.


- A programação, antes mesclando todos os gêneros musicais, segmenta com foco no rock n’ roll, especialidade da dupla, com raridades, versões exclusivas, clássicos e novidades.


- As entrevistas com artistas convidados continuam. Neste sábado, Nasi em sua primeira entrevista após a saída do Ira!, lançando o CD e DVD ‘Vivo na Cena’ (Coqueiro Verde).


- Resumo das notícias roqueiras da semana, sempre com jornalistas de expressão convidados. Nesta primeira edição, Mauro Ferreira, do jornal O Dia.  


Conto com sua audiência, um abraço e... ATÉ LÁ!!! 


(Ouça online de qualquer lugar do mundo: www.fm94.rj.gov.br) 


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ACORDE

Todo sábado, às 16h

Roquette Pinto 94.1 FM

Produção e apresentação Leandro Souto Maior e Sabrina Sanm

www.twitter.com/AcordeFM


sábado, 8 de maio de 2010

'Drama' alvinegro

Botafoguense apaixonada, Erika Mader sofre quando está no palco no horário dos jogos

O teatro na Gávea já está repleto de crianças. Na mesma hora que Erika Mader entra em cena, o Botafogo entra em campo no Engenhão. Em vez da concentração típica dos atores antes de pisar o palco, sua cabeça está a mil, ligada no time do coração.

“Não dá para fazer peça infantil e ser torcedora”, define Erika sobre a ocasião, quando atuava no clássico ‘Os Cigarras e Os Formigas’, de Maria Clara Machado. “Os jogos nas tardes de domingo sempre coincidem com o horário dos espetáculos infantis. Por sorte, naquela trama eu era raptada e ficava um bom tempo no camarim, daí ligava um rádio baixinho para acompanhar as partidas”.

Sobrinha de Malu Mader, Erika é alvinegra apaixonada, ao contrário da tia famosa, rubro-negra declarada. Além de atriz, a bela jovem de 25 anos também apresenta programas no canal por assinatura Multishow. Este mês, estreou à frente do 'Bastidores', destacando as boas da cultura e do esporte no Rio de Janeiro, e no segundo semestre protagoniza a série 'Na Fama e Na Lama', na qual viverá uma ex-BBB que ficou em segundo lugar mas faz de tudo para não ser esquecida.

Na torcida pelo Botafogo em sua estreia no Campeonato Brasileiro, contra o badalado Santos, Erika topa na hora o convite para devorar um peixe, símbolo do clube paulista.

“Tenho um santista na família, o Tony Belloto (guitarrista no grupo de rock Titãs e marido de Malu Mader), mas não gosto de chegar cantando vitória na casa deles”, revela. “Meus dois primos, filhos deles, são flamenguistas doentes e levam a sério. Estão uma fera pela derrota para o Botafogo”.

A paixão de Erika Mader pelo Alvinegro teve início justamente em outro Botafogo e Santos: a emblemática final de 1995, quando o time carioca sagrou-se campeão brasileiro pela primeira e única vez.

“Comecei a gostar por causa do Túlio Maravilha, meu primeiro ídolo”, recorda. “Tinha só 10 anos, mas naquela ocasião eu e minha família, que é repleta de botafoguenses, também comemos um peixão”.

Hoje, seu maior ídolo é o técnico Joel Santana, que levantou o time depois da goleada por 6 a 0 para o Vasco.

“Esse jogo foi sinistro. Meu pai, botafoguense ferrenho e meu maior incentivador na torcida, chegou a pedir desculpas por ter me feito ser tão apaixonada pelo clube. Falei para ele relaxar. Para mim, ser Botafogo é saber que a alegria é mais intensa depois do sofrimento. É esperar o inesperado. É ser tradição”, filosofa. LSM

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Martinho de Varsóvia

O quinteto vocal Arranco de Varsóvia sempre teve em sua proposta agregar ao samba os mais diversos elementos, com pitadas até de rock. A ideia é traduzida desde o nome do grupo, algo como um bloco oriundo da Polônia, expressando que o lance é mesmo não ter limites ou segmentação. Na estreia em DVD, 'Paõzinho de açúcar - Arranco canta Martinho', intrincados arranjos vocais dão vida nova às excelentes canções de Martinho da Vila - que ficam, desculpem o risco da heresia, melhores até que as versões originais. Façanha semelhante já havia sido cumprida pelo Arranco, quando surgiu no cenário homenageando Cartola.

Gravado no Teatro Fecap, em São Paulo, o DVD tem qualidade sonora das melhores - o espaço é preparado especialmente para gravações desse tipo. O registro do show, porém, é o feijão com arroz de sempre: apenas o grupo desfilando no palco o que ensaiou em estúdio. De diferente, destaque para o momento em que o próprio Martinho aparece em vídeo cantando a capella e junto do grupo, que faz uma bela cama vocal promovendo até um duelo de pergunta e resposta. Mas isso está nos extras, registre-se, parte que pode ser mais interessante até que a própria apresentação em si. Nesta, Martinho chega junto, ao vivo, e divide um punhado de canções com o Arranco. Nelson Sargento também dá sua palhinha.

Ainda nos extras, há diversos momentos dos ensaios, onde dá para se ter um belo raio x de como foram criados os nós de vozes, característica do quinteto. Também há um bocado da história do grupo, pioneiro no resgate e revigoramento do samba no Rio bem antes da Lapa entrar na moda e um sem número de novos artistas pegar carona nessa onda. LSM

* Crítica publicada originalmente no site Laboratório Pop (http://www.laboratoriopop.com.br/criticasDvd.php#paozinho-de-acucar-arranco-canta-martinho).

sábado, 1 de maio de 2010

'Ri melhor quem Rivotril'

Matéria pescada no site da 'Trip', "O Rivotril é a droga com a cara dos dias de hoje, em que temos sempre que estar bem" (http://migre.me/B0Ol), faz lembrar de outra droga que uma moçada metida a descolada tomava, ou ainda toma, não sei: a Ritalina, que, apesar do nome, nao é uma droga criada em homenagem à Rita Lee. É um remédio dado para crianças que têm dificuldade de concentração. Na boa, maconha faz bem à saúde comparado com isso.

Lembrou também de uma entrevista, acho que na 'Playboy', há cerca de uma década, na qual o Lobão se revela algo como um PhD em Rivotril. Em 1987, quando foi preso, uma noite resolveu dar a droga aos companheiros de cela. Geral dormiu. Um carcereiro bateu na cela e perguntou "o que tá rolando aí, que tá todo mundo quieto?". Lobão: "Consciência tranquila, seu guarda". LSM

Thanx to Ricardo Schott