quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Requisitado por boa parte da MPB, músico Pretinho da Serrinha teme voltar à comunidade em Madureira

Seu Jorge só quer saber do Pretinho. Ângelo Vitor Simplício da Silva, 33 anos, mais conhecido como Pretinho da Serrinha, vem fazendo a cabeça também de Marcelo D2, Lulu Santos, Marisa Monte, Dudu Nobre e Beth Carvalho, entre vários outros. Se você ainda não ouviu falar do percussionista e cavaquinista, certamente já cantarolou alguma de suas canções, parcerias com amigos e sucessos na voz de Seu Jorge - com quem atua há 10 anos -, como ‘Burguesinha’, ‘Mina do Condomínio’ e a novíssima ‘A Doida’.


Porém, mesmo com todo esse reconhecimento, Pretinho não goza os louros da fama na comunidade onde foi criado, no Morro da Serrinha. “Sou de Madureira. Vivi lá até os 16 anos. Hoje, tenho medo de voltar. Tem um maluco brabo mandando lá que acha que fiquei metido. Já vi uns nove amigos de infância morrerem. Sempre que passo pela Avenida Edgar Romero, fico com muita saudade, mas um dia eu volto”, desabafa Pretinho.

Foi na Serrinha que ele, aos 10 anos, assumiu o posto de diretor da bateria-mirim do Império Serrano. “Nunca joguei bola ou soltei pipa. Meu lance, desde garoto, era a música”, recorda. 

O tempo passou e agora Pretinho vem se dedicando também a seu próprio projeto, o Trio Preto. “Lulu e Seu Jorge gravaram participação no CD, claro”, conta.

O amigo é só elogios: “Pretinho da Serrinha é um grande artista, de extrema confiança, não só no trabalho, mas na vida também. Tenho sorte de ter esse cara fazendo parte da minha carreira”, derrete-se Seu Jorge.

Lulu Santos também está vidrado: no show ‘Acústico II’, criou um número especial para ele e, em seu próximo disco, programado para o final de setembro, gravou a música ‘Som de Madureira’, de Pretinho, Gabriel Moura e Rogê, e o chamou para dividir os vocais, cantando a cultura do bairro da Zona Norte.



‘ALÔ, É O PRETINHO?’
O apelido veio da música ‘A Banda do Zé Pretinho’, de Jorge Ben, que o pequeno Ângelo já adorava. “Quem não me conhece, fica sem graça ao telefone. Perguntam: ‘Alô...’, aí completam, baixinho, ‘...é o Pretinho?’. Em tempos politicamente corretos, acho que ficam com medo de serem processados”, diverte-se.



CAVAQUINHO NO SURF
O apresentador Luciano Huck queria porque queria presentear o surfista norte-americano Kelly Slater. Sabendo que o gringo toca violão e gosta de música, pediu a Seu Jorge para descolar um cavaquinho. Ele, por sua vez, recorreu a uma ajuda mais especializada.

“Achei um cavaquinho foda”, conta Pretinho da Serrinha. “Cheguei a cogitar ficar com ele para mim, de tão bom. No caminho para levar o instrumento para o Kelly, a Marisa Monte ligou perguntando ao Seu Jorge se ele não tinha um cavaquinista para indicar...”.

Nem precisa dizer que a dupla partiu direto para o estúdio da cantora e lá Pretinho gravou uma música com o cavaquinho do surfista - que depois, claro, recebeu seu instrumento, devidamente ‘batizado’. LSM (fotos Luiz Lima/acervo pessoal)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Que Smurfs, que nada: roqueiros da banda Os Azuis não são fofos e dizem que tomam Viagra para sair na noitada

Eles têm nome de cor, mas não se afinam com o rock colorido do Restart. Também descartam referência com os redescobertos Smurfs, serezinhos azulados que ganharam os cinemas. Os jovens (idades entre 22 e 24 anos) da banda carioca de rock retrô Os Azuis celebram, aí sim, um famoso remedinho.

“Já postaram o trailer dos Smurfs no nosso perfil no Facebook, dizendo: ‘Eles são azuis, são simpáticos’. Mas a gente não é nada disso. Pelo contrário: espalhamos o boato que o nome da banda é porque somos viciados em Viagra, e que usamos como se fosse droga, para sair na noitada. As pessoas ficam chocadas, mas a gente diz: ‘Ué, vocês tomam cerveja, a gente, Viagra’”, diverte-se o guitarrista Greco Blue.


Os Azuis estão, portanto, cheios de tesão para apresentar sua estreia, um disco grande, enorme, porque ‘II’ ganha versão em CD e, nostálgicos e tradicionais como a posição ‘papai-e-mamãe’, também no bom e velho formato LP.

Greco, Tomé Lavigne (guitarra), Tomás Bastos (baixo) e Lucas Mamede (bateria) estão dando duro para o show de lançamento, dia 8 de setembro, no Espaço Sérgio Porto, mas aceitam uma ajudinha familiar: Tomé é filho de José Lavigne, diretor na Rede Globo. “Meu pai dá força principalmente por deixar a gente ensaiar em casa, desde quando o som era muito ruim. Ele dizia: ‘Um dia isso vai ser maneiro!’ Agora, é óbvio que ele vai tentar ajudar, mas nada é garantido, não tem jabá”, garante.

O vício em Viagra é galhofa, mas haja energia para lidar com as fãs, que babam por Greco e o chamam de ‘sósia do Mick Jagger’. “Acho que é pelo cabelo e porque sou magrinho de boca grande, mas eu queria que rolasse mais mole dessa mulherada”, suspira, revelando que ainda não está totalmente satisfeito. LSM

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

No filme ‘Lobão - Não Há Estilo Sem Fracasso’ o roqueiro garante que é bonzinho, mas continua com sua língua afiada

O livro ‘50 Anos a Mil’, biografia do roqueiro Lobão lançada no fim de 2010, foi um sucesso de vendas. Não demorou, o produtor Rodrigo Teixeira (‘Cheiro do Ralo’) comprou os direitos da publicação e vai levar aos cinemas a louca vida de sexo, drogas e rock and roll do músico. A previsão é de que o longa só comece a sair do papel (opa!) no fim de 2012. Porém, outro filme sobre Lobão poderá ser conferido neste sábado, com direito a show do próprio, no Circo Voador.



Não Há Estilo Sem Fracasso’ foca o cantor e compositor discutindo jabás e formas de tocar nas rádios e aparecer na mídia. Registre-se que Lobão ainda é lembrado como o militante dos artistas independentes, que investiu na venda de CDs em bancas de jornal, mas voltou a uma grande gravadora com seu ‘Acústico MTV’. 

“Atualmente é inviável lançar CD em banca de jornal. Isso é totalmente fora de conjuntura. Acredito que o jabá nunca realmente deixará de existir. Isso é da natureza do brasileiro”, define o cantor e ocmpositor.

Conhecido como rebelde, o Lobão deste filme pode passar a impressão de que
de fato deixou a militância contra o poder da indústria fonográfica. Será que ele virou um lobo bom? 

“As pessoas queriam me ver ajoelhado, arrependido, dizendo ‘Olha, vocês venceram, a sociedade venceu’. Se você for verificar minha trajetória, fica o tempo todo uma especulação para ver se eu fiquei careta! ‘Agora, ele virou família’; ‘Agora, ele virou evangélico’; ‘Agora, ele já não é mais o mesmo’; ‘Agora, virou o cordeirão!’. Todo ano tem uma especulação de que eu fiquei bonzinho. Mas eu sou bonzinho, sempre fui bonzinho, eu nunca deixei de ser bonzinho, mas eu não sou estúpido”, dispara ele, em ‘Não Há Estilo Sem Fracasso’.

Sobre o outro filme, baseado em sua biografia e que será dirigido por José Eduardo Belmonte, a curiosidade é: quem vai viver o protagonista? O produtor Rodrigo Teixeira confirma o interesse em Rodrigo Santoro. Outro cotado é Evandro Mesquita, do grupo Blitz, que Lobão integrou como baterista. “A gente ainda está num estágio inicial para especular”, desconversa o artista.

É, Lobão não mudou. Atento aos fatos recentes envolvendo sua atividade, polemiza o caso da liberação pelo Superior Tribunal Federal (STF) da obrigatoriedade da carteira da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB). “Para mim, a carteira da OMB foi ótima para esticar umas carreiras quando eu cheirava. E só”, decreta.



ARNALDO BRANDÃO, EDGARD SCANDURRA E LIMINHA PARTICIPAM
‘Não Há Estilo Sem Fracasso’ é um curta-metragem de 15 minutos dirigido por Fabio Sallva, um apaixonado pela cena do rock brasileiro nos anos 80. Sua ideia inicial era fazer um documentário sobre a carreira (opa!) de Lobão desde esta época, quando ele se projetou no cenário como baterista da Blitz. “Comecei a produção antes de o Lobão concluir seu livro, e consequentemente vender os direitos para fazerem um filme. Era para ser uma biografia dele, mas não com atores”, explica Sallva. “Com os encontros, o próprio Lobão foi nos levando para esse assunto de jabá e como um artista consegue aparecer e tocar em rádio. Daí fui atrás de outras pessoas para comentar o tópico”. 



Participam do filme os músicos Arnaldo Brandão e Edgard Scandurra; os produtores Liminha, Pena Schmidt e Marcelo Sussekind; e Cláudio Tognolli, autor do livro ‘50 Anos a Mil’. “Tenho 30 horas de material gravado com esses caras. Pretendo ainda transformá-lo em um longa. Inclusive, já falei sobre isso com o Rodrigo Teixeira, que liberou, já que o filme dele vai ser feito com atores, e o meu é um documentário”, anuncia o cineasta. LSM (foto: Nati Canto)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Pedro Luís sem A Parede

Cantor e compositor dá um tempo da banda que o projetou e do Monobloco para lançar seu primeiro CD solo

Casado com a toda linda Roberta Sá, o cantor e compositor cinquentão (faz 51 anos dia 15 de outubro) Pedro Luís está com disposição de fazer inveja a muito garotão. O cara entra de cabeça em diversos projetos, entre produções para outros artistas, trilhas sonoras e o comando de suas duas principais crias: o badalado Monobloco, que se prepara para batucar no Rock In Rio em show inédito com participação de Pepeu Gomes; e a cultuada banda A Parede, com a qual atua há 15 anos. Agora, ele deixa a poligamia artística de lado para voar solo pela primeira vez.


Em outubro, Pedro Luís lança o CD ‘Tempo de Menino’, com 13 faixas de sua autoria e produzido por Jr. Tostoi e Rodrigo Campello (produtor dos álbuns de Roberta Sá). O músico, porém, não chega a ser 100% monogâmico, e traz nesta nova empreitada a velha turma de amigos da Parede (cada integrante participa em uma faixa), a mulher Roberta Sá e convidados especiais, como Milton Nascimento.

“Já pensava em lançar algo solo, mas nunca sobrava tempo. Queria experimentar outros territórios. É um disco de compositor, onde pude delirar sozinho, com um universo mais variado que o da Parede e do Monobloco”, define.

Pedro Luís está se deliciando com a confecção deste álbum. A gravação com Milton Nascimento, por exemplo, lhe proporcionou um momento de raro prazer. O fundador do Clube da Esquina participa da canção ‘Imbora’, parceria de Pedro Luís com Zé Renato. “Eu só conhecia o Milton de encontros eventuais. É um cara que sempre fui fã. Foi uma grande honra recebê-lo no estúdio”, derrete-se.

A produção do CD lhe garantiu ainda sonhos internacionais. “Fui masterizar em Londres, no histórico estúdio em Abbey Road, o mesmo dos Beatles. Fiquei chapado. E a Roberta me filmou na clássica faixa de pedestres”, relata. LSM (foto: Felipe O'Neill)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Pepeu Gomes na terra a mais de mil

Pepeu Gomes está que nem o título de um de seus discos solo: a mais de mil. No cinema, coestrela o documentário ‘Filhos de João’, que conta a história do grupo Novos Baianos, no qual se projetou, nos anos 70, como um dos guitarristas mais virtuosos do Brasil.

Em estúdio, termina nos Estados Unidos um CD misturando ritmos brasileiros, como chorinho, baião e samba, com ritmos norte-americanos, do techno ao hip-hop, e que deve contar com participação do rapper Snoop Dogg.

Nos palcos, se prepara para gravar o DVD ‘Pepeu Gomes Toca Novos Baianos’, em São Paulo, na primeira semana de novembro. “Em mais de 40 anos de carreira, é a primeira vez que vou fazer uma leitura do repertório do Novos Baianos com uma pegada mais rock and roll”, descreve Pepeu. “Ainda este ano gravo também um CD só instrumental, tocando Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo, Pixinguinha e Ary Barroso”.

Tem mais: em outubro, sua discografia solo será lançada pela primeira vez em CD, com direito a um título inédito, chamado ‘Eu Não Procuro Som’, registro perdido de um show no teatro Tereza Rachel em 1979. Antes, porém, no dia 30 de setembro, ele toca no Rock In Rio, ao lado do Monobloco e da banda espanhola Macaco.

“Além disso tudo, tem outro projeto que está me entusiasmando muito: quero me apresentar na abertura da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, tocando na guitarra uma versão heavy metal do hino nacional. Já imaginou como seria isso?”, sugere. LSM