segunda-feira, 12 de julho de 2010

Wilson das Neves é outro nível

Até a Teresa Cristina, a Roberta Sá, o Diogo Nogueira, o Pedro Miranda, o Marcos Sacramento, o Moyseis Marques, o Casuarina, hão de concordar que o samba do 'professor' Wilson das Neves é outro nível. A nova geração do gênero no Rio, apontada principalmente como cria recente da Lapa, tem lá sucessos particulares em seus CDs. Mas, na hora de segurar seus shows, o que se vê muito comumente nos set lists - no boêmio bairro carioca ou além - é a busca ao repertório de canções já alçadas ao status de clássicas. É difícil, de uns tempos para cá, um nome do samba cometer um disco bom, interessante e relevante do início ao fim. Há tempos não era lançado um desses, mas Wilson das Neves fez, em 'Pra Gente Fazer Mais Um Samba'.

Do público jovem atraído pelo samba, tanto lapeiro quanto da Zona Sul, principalmente, Das Neves vinha se aproximando através da Orquestra Imperial, da qual é integrante. No show da moçada capitaneada por Kassin e Berna Ceppas, o veterano promove alguns dos momentos altos com seu repertório. Pegada que mantém neste novo lançamento solo, atemporal, para apreciadores de todas as idades, da abertura com a música homônima à faixa 13, 'Velha Guarda do Império'.

O mestre, carteirinha 001 da banda de Chico Buarque (que costuma dizer que não é Wilson quem toca para ele - ele, Chico, é quem canta para o baterista), um dos grandes nomes da bateria no Brasil, se dá ao luxo de passar as baquetas para outro fera, André Tandeta. Tira onda de cantor e compositor. João Carlos Rebouças (piano), Vitor Santos (trombone), Don Chacal (percussão), Zé carlos "Bigorna" (saxofone), Zé Luiz Maia (baixo), Jorge Helder (violão) e Claudio Jorge (violão) completam o time de feras que gravaram no disco. E nas palavras musicadas e cantadas por Wilson das Neves não tem blá-blá-blá. Dez coassinadas com Paulo César Pinheiro e, como se não bastasse, outras parcerias com ninguém menos que Arlindo Cruz e Nei Lopes. Luxo. “Ô sorte!’. É outro nível. LSM

* Crítica originalmente publicada no site Laboratório Pop: http://www.laboratoriopop.com.br/criticas/cd//310

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