terça-feira, 5 de novembro de 2013

Os meninos do Il Volo discutem o tempo todo, mas se afinam no palco

Os jovens cantores do trio vocal italiano Il Volo vivem discutindo. Seja qual for o assunto, parece que coisa rara é concordarem. Para começar, Gianluca Ginoble (18 anos) torce pelo Roma, Ignazio Boschetto (19) pelo Juventus e Piero Barone (20), pelo Milan. As diferenças vão além dos campos de futebol e chegam até a música, e eles se atropelam um ao outro para defender seus pontos de vista. Quando o debate esquenta, deixam até o inglês e o espanhol de lado, idiomas que costumam recorrer muitas vezes para dar entrevistas internacionais, esquecem que estão diante de um repórter e terminam gritando entre si em italiano.

“Claro que é possível quebrar um copo emitindo uma nota bem aguda com a voz”, garante o tenor Boschetto, para logo ter que argumentar com Ginoble, que duvida dele.


Em sua estreia no Rio, esses jovenzinhos turrões levaram a sua ópera pop ao palco do Theatro Municipal do Rio, lançamento do novo CD e DVD ‘Más Que Amor’. Suas influências vêm da música clássica, tão rica em seu país e tudo a ver com o nobre palco carioca, mas a histeria das fãs que os acompanham seria mais apropriada para outro local, talvez uma Praça da Apoteose, visto que as meninas piram com seus rostinhos bonitos tal e qual com o Justin Bieber.

“Não somos boy band, não queremos ser comparados com o One Direction, como já aconteceu... não tem nada a ver”, decretam, finalmente concordando, quase em uníssono. “No nosso show, vão as adolescentes, mas também vão os avós delas, atraídos pelo aspecto erudito da nossa música. Fazemos um baita esforço para mostrar que música clássica não é só coisa de velho. Se uma melodia é boa, ela é boa para todas as idades”, completa Boschetto.

Eles não são comparados apenas às boy bands. Também os relacionam com os célebres Três Tenores: Plácido Domingo (com quem já gravaram), José Carreras e Luciano Pavarotti. Normal, embora no Il Volo sejam ‘dois tenores e um barítono’ — no caso, o Gianluca Ginoble.

MAIS BRIGAS
É a segunda vinda do trio ao Brasil. Em 2012, passaram apenas por São Paulo. Desta vez, incluíram no roteiro também Curitiba e Porto Alegre, além do Rio. “Queria uma semana livre para conhecer o Rio, mas não vai dar”, lamenta Ginoble. “Prometo, inclusive, que vamos gravar algo em português!”.

É um idioma que falta no currículo do trio. Os poliglotas incluem ainda alemão e francês na bagagem, sem falar nos já citados inglês e espanhol (‘Más Que Amor’, inclusive, é o primeiro álbum em espanhol deles) – e o italiano, claro. “Mas eu conheço música brasileira, adoro Tom Jobim, especialmente aquela que diz ‘só bailo samba’...”, entusiasma-se Ginoble, se arriscando a cantarolar a melodia de ‘Só Danço Samba’, de Tom e Vinicius de Moraes.

Piero Barone não deixa barato e enfileira os artistas brasucas que conhece: “Gilberto Gil, Renato Russo, me amarro!”, elogia... mas aí os três começam a discutir novamente, em frases em italiano que o repórter arrisca ter sido algo como “você nem sabe quem é Renato Russo, ta querendo impressionar...”. LSM

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