quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Como o diabo gosta

Aos 72 anos, Ney Matogrosso já fez quase tudo nessa vida. Quase... “Nossa, nunca empunhei uma guitarra antes... Como faz com essa correia, me ajudem aqui que estou enrolado!”, diverte-se o cantor — que já declarou ter experimentado maconha, cocaína, LSD, haxixe, chá de cogumelo, Santo Daime, além de sexo grupal — ao posar pela primeira vez com o instrumento-símbolo do rock.

A foto registra um descontraído ensaio com a roqueira carioca Marília Bessy, para show de lançamento do CD e DVD ‘Infernynho’ (com ‘y’ mesmo), que gravaram juntos.

“Eu vim do rock!”, ressalta ele, lembrando que despontou no grupo Secos & Molhados. “É o gênero musical que mais mudou a mentalidade do planeta. O mundo está muito careta. A música que aprendi a amar é intensa, diferentemente da que vem sendo feita atualmente, muito light”.

A crítica de Ney, claro, passa longe da companheira Marília. “Eles têm em comum uma proposta sexy e libertária. Rolou uma química natural”, atesta o jornalista e pesquisador musical Rodrigo Faour, que assina a direção do espetáculo.

Ela, que já lançou um CD chamado ‘Doce Devassa’ (“A Marília sempre foi uma vagabunda, agora que está largando essa vida”, brinca Faour), conta que esse lado ‘safadinha’ vem desde cedo. “Sempre causei polêmica entre a minha turma de amigos. Acho que, por isso, eu nunca autorizaria a minha biografia!”, diverte-se ela. “O inferninho do título é um puteiro mesmo, um lugar democrático onde as pessoas vão para se divertir. O show é isso: dançante e sensual”, define.

No roteiro, estão ritmos e letras provocantes, como ‘Folia no Matagal’ (Eduardo Dussek), ‘Fogo e Paixão’ (Wando) e ‘Conga, Conga, Conga’ (sucesso de Gretchen, a rainha do rebolado, na qual a dupla protagoniza uma pegação séria no palco).

“O artista tem que ousar e provocar, tem que se expor com liberdade”, decreta Ney.

E, por falar em liberdade, qual sua opinião sobre a polêmica questão das biografias não-autorizadas? “Muita coisa ainda vai mudar sobre isso... veja que até o Roberto Carlos parece que mudou de opinião! Mas eu acho que, se for lançada uma série na televisão sobre um artista ou um livro, esse artista também merece ser remunerado”, opina ele. “A minha biografia, podem escrever à vontade. Afinal, já contei tudo de mais íntimo da minha vida em entrevistas!”. LSM (fotos André Mourão)

Nenhum comentário:

Postar um comentário