quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Grand Funk na revista ‘Roda’

Texto meu sobre o clássico álbum E-Pluribus Funk’, da banda Grand Funk Railroad, publicado na edição de número zero da revista online Roda’, editada por Bob Cotrim e com fotos de Daryan Dornelles. A publicação completa, você confere aqui: http://issuu.com/revista_roda/docs/roda_zero

Fã convicto do rock and roll, mais especificamente o rock clássico (sou daqueles 'xiitas' que acham que depois de 1975, o gênero só desceu ladeira abaixo), foi com grande desconfiança que escutei um amigo me falar da banda norte-americana Grand Funk Railroad - ou apenas Grand Funk. Adolescente, estava ainda descobrindo as lendárias bandas e artistas do rock, flutuando nos mais conhecidos da massa - leia-se Beatles, Rolling Stones, Who, etc... - e preconceituosamente torci o nariz para um grupo que trazia no nome o execrável (para os autoproclamados 'puristas', como me considerava) funk, ritmo que tomava de assalto a juventude da época. E nem eram os tempos dos proibidões, registre-se!

A ignorância ainda não me levara a James Brown, para saber que a palavra funk, muito antes de Claudinho & Buchecha, também era coisa das boas. Enfim: confiando no gosto musical do amigo, fui conferir o tal Grand Funk. E a aplicação começou justo pelo ‘E-Pluribus Funk, mais conhecido como o disco da moeda, quinto de estúdio da discografia deles, lançado em 1971, e considerado o ponto alto da carreira.

Foi uma pancada na cabeça, e até hoje é dos discos que deixam de queixo caído qualquer um que trave um primeiro contato com ele. Assim como o nosso funk, e aí não vai nenhuma crítica, o álbum tinha aquele balanço dançante que faz bater o pézinho (não por acaso a faixa de abertura chama-se Footstompin Music, mal traduzindo, daria algo como 'música para o pé ficar batendo') mas sem perder a maldição da caveira - que era como minha turma de fãs do então chamado rock pauleira chamava as bandas repletas de guitarras incendiárias, baixo distorcido e bateria selvagem.

A pancadaria segue nas faixas seguintes, com destaque para I Come Tumblin e o grito antibélico People, Let's Stop The War. No entanto, a agressividade na execução é pontuada com vocais afinadíssimos, um corinho perfeito feito pelo guitarrista Mark Farner e o batera de cabelo black power Don Brewer (completava a formação o baixista Mel Schacher) e que é uma das marcas do Grand Funk.

Nesses nossos tempos digitais, a reedição de  ‘E-Pluribus Funk em CD perdeu parte importante de seu carisma pela limitação dos atuais disquinhos: a capa original era um destaque a parte. Em vez do formato quadrado, era redonda, no formato da bolacha, coberto por um papel prateado, como se fosse uma moeda (daí ser conhecido como o disco da moeda).

A partir do ‘E-Pluribus Funk’, o Grand Funk deixaria de ser um trio, agregando à sua formação o tecladista Craig Frost. Sua música passa, então, a mudar, direcionando-se para um caminho mais comercial. Phoenix, o lançamento seguinte, porém, ainda guarda a centelha dos tempos iniciais e vale uma bela ouvida. Mas, se você é um iniciante na discografia do grupo, vá direto a este ‘E-Pluribus Funk  Sua vida não será mais a mesma, garanto. LSM

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