terça-feira, 20 de março de 2012

O mais novo 'ragazzo' do Rio

Emmanuele Cucchi já perdeu a conta de quantas vezes recebeu um telefonema com a pessoa do outro lado perguntando: “Posso falar com a senhora?”. Nada estranho, se Emmanuele não fosse... homem! “Tenho sempre que explicar. Claro que acham esquisito e até se assustam ao ouvir uma voz masculina”, diverte-se o cantor e compositor italiano.

Na Itália, seu nome também batiza meninos. Uma vez aqui no Brasil, país pelo qual se apaixonou e para onde se mudou faz seis meses, ele se lança como Nu Braz (homenagem ao bairro Brás, tradicional reduto italiano em São Paulo) e dispara o disco ‘Baticumbum’ mês que vem.

“A música italiana é muito triste, as letras dizem: ‘Eu não vivo sem você’. No Brasil, a abordagem é ‘estar com você é um sonho’. Me identifiquei de cara com o jeito carioca de fazer música”, compara o filho da lendária cantora Anna D’Amico (1938-2003), diva do cenário musical italiano nos anos 60. “Estou com uma turma ótima no Rio”, conta ele, que gravou e se apresenta aqui com Donatinho, Kassin, Domênico e a turma da Orquestra Imperial.

Não é só nos palcos e estúdios que Nu Braz está bem acompanhado. O italiano, que não é nada bobo, já está casado com uma bela mulata, a modelo Livia Zaruty. Ela é produtora dele, que por sua vez aposta nela como cantora. “O Manu (como Livia chama Emmanuele) me colocou para dar uma canja em um festival latino em Milão, para dez mil pessoas, na mesma noite de Ana Carolina, Ivete Sangalo e Daniela Mercury”, recorda.

Encarar a multidão foi fichinha. Missão mais difícil foi a moça, nascida e criada em Vigário Geral, convencer a mãe de que iria partir de mala e cuia para casar na Itália. “Quando começamos a sair, eu falava para ela que ia dormir na casa de uma amiga chamada Emmanuele”, conta, às gargalhadas. “Mesmo quando contei a verdade, ela ficou com medo, por ele ser um estrangeiro, mas quando o conheceu, liberou”.

Bem enturmado à boemia carioca, apesar do pouco tempo morando em uma pacata rua na Glória, Nu Braz já está mais para um menino do Rio que para um ‘ragazzo italiano’: “Ah, mas no início era um sotacão terrível ‘mermo’!”. LSM (fotos Ananda Porto)

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