quarta-feira, 10 de agosto de 2011

No filme ‘Lobão - Não Há Estilo Sem Fracasso’ o roqueiro garante que é bonzinho, mas continua com sua língua afiada

O livro ‘50 Anos a Mil’, biografia do roqueiro Lobão lançada no fim de 2010, foi um sucesso de vendas. Não demorou, o produtor Rodrigo Teixeira (‘Cheiro do Ralo’) comprou os direitos da publicação e vai levar aos cinemas a louca vida de sexo, drogas e rock and roll do músico. A previsão é de que o longa só comece a sair do papel (opa!) no fim de 2012. Porém, outro filme sobre Lobão poderá ser conferido neste sábado, com direito a show do próprio, no Circo Voador.



Não Há Estilo Sem Fracasso’ foca o cantor e compositor discutindo jabás e formas de tocar nas rádios e aparecer na mídia. Registre-se que Lobão ainda é lembrado como o militante dos artistas independentes, que investiu na venda de CDs em bancas de jornal, mas voltou a uma grande gravadora com seu ‘Acústico MTV’. 

“Atualmente é inviável lançar CD em banca de jornal. Isso é totalmente fora de conjuntura. Acredito que o jabá nunca realmente deixará de existir. Isso é da natureza do brasileiro”, define o cantor e ocmpositor.

Conhecido como rebelde, o Lobão deste filme pode passar a impressão de que
de fato deixou a militância contra o poder da indústria fonográfica. Será que ele virou um lobo bom? 

“As pessoas queriam me ver ajoelhado, arrependido, dizendo ‘Olha, vocês venceram, a sociedade venceu’. Se você for verificar minha trajetória, fica o tempo todo uma especulação para ver se eu fiquei careta! ‘Agora, ele virou família’; ‘Agora, ele virou evangélico’; ‘Agora, ele já não é mais o mesmo’; ‘Agora, virou o cordeirão!’. Todo ano tem uma especulação de que eu fiquei bonzinho. Mas eu sou bonzinho, sempre fui bonzinho, eu nunca deixei de ser bonzinho, mas eu não sou estúpido”, dispara ele, em ‘Não Há Estilo Sem Fracasso’.

Sobre o outro filme, baseado em sua biografia e que será dirigido por José Eduardo Belmonte, a curiosidade é: quem vai viver o protagonista? O produtor Rodrigo Teixeira confirma o interesse em Rodrigo Santoro. Outro cotado é Evandro Mesquita, do grupo Blitz, que Lobão integrou como baterista. “A gente ainda está num estágio inicial para especular”, desconversa o artista.

É, Lobão não mudou. Atento aos fatos recentes envolvendo sua atividade, polemiza o caso da liberação pelo Superior Tribunal Federal (STF) da obrigatoriedade da carteira da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB). “Para mim, a carteira da OMB foi ótima para esticar umas carreiras quando eu cheirava. E só”, decreta.



ARNALDO BRANDÃO, EDGARD SCANDURRA E LIMINHA PARTICIPAM
‘Não Há Estilo Sem Fracasso’ é um curta-metragem de 15 minutos dirigido por Fabio Sallva, um apaixonado pela cena do rock brasileiro nos anos 80. Sua ideia inicial era fazer um documentário sobre a carreira (opa!) de Lobão desde esta época, quando ele se projetou no cenário como baterista da Blitz. “Comecei a produção antes de o Lobão concluir seu livro, e consequentemente vender os direitos para fazerem um filme. Era para ser uma biografia dele, mas não com atores”, explica Sallva. “Com os encontros, o próprio Lobão foi nos levando para esse assunto de jabá e como um artista consegue aparecer e tocar em rádio. Daí fui atrás de outras pessoas para comentar o tópico”. 



Participam do filme os músicos Arnaldo Brandão e Edgard Scandurra; os produtores Liminha, Pena Schmidt e Marcelo Sussekind; e Cláudio Tognolli, autor do livro ‘50 Anos a Mil’. “Tenho 30 horas de material gravado com esses caras. Pretendo ainda transformá-lo em um longa. Inclusive, já falei sobre isso com o Rodrigo Teixeira, que liberou, já que o filme dele vai ser feito com atores, e o meu é um documentário”, anuncia o cineasta. LSM (foto: Nati Canto)

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