“A música combinou muito com a relação dos personagens em ‘Avenida Brasil’. O amor deles aparentemente acabou, mas acredito que eles ainda continuam se gostando”, aposta o noveleiro.
Sem lançar disco desde 2008 e festejando 40 anos de carreira, ele reúne seus sucessos em novo CD e DVD, ‘Na Estrada — Ao Vivo’, com direito a quatro canções inéditas, incluindo ‘Estória de Nós Dois’.
José Augusto é dos cantores que mais colecionam temas em trilhas de novelas. Inclua aí ‘A Indomada’, ‘Torre de Babel’, ‘De Corpo e Alma’, ‘O Mapa da Mina’, ufa, a lista é grande. O tanto de canções românticas embalando as tramas lhe rendeu a fama de ‘artista brega’. Coisa que ele descarta veementemente.
“Não sou brega! Me incomoda quando me classificam assim. Prefiro que diga ‘não gosto da sua música’ que essa coisa de rótulo. Diria ainda que isso é uma forma de preconceito”, desabafa.
HIPPIE ROMÂNTICO
Aos 58 anos, José Augusto aparece todo garotão na foto da capa de seu novo lançamento. “É verdade, sou um cara privilegiado de ter 58 anos com essa carinha de... 56!”, diverte-se o cantor. “Mas não faço quase nada para cuidar da aparência. No máximo, uma caminhadinha de vez em quando. É que, às vésperas da gravação do DVD, eu tirava um tempinho para ir à praia e tirar aquela cor de amarelo-escritório do rosto, por isso fiquei com cara de mais novo”, explica.
Já faz tempo que José Augusto não ostenta mais a cabeleira e visual riponga que tinha nos anos 70 e que estampou as capas de seus primeiros discos. Ele conta que, apesar do antigo ‘look’ e de ter sido criado nas ladeiras de Santa Teresa (tendo, inclusive, batizado um álbum com o nome do bucólico bairro), nunca foi um típico bicho-grilo. “Era a moda da época, e eu seguia, como todo mundo. Tinha um cabelo bem maior, fazia até permanente”, revela. “Guardo lembranças muito carinhosas daqueles tempos, especialmente de Santa Teresa. Fiquei com muita pena com o que aconteceu com os bondinhos, pelo acidente e a desativação. Vivi a infância inteira ali. Sempre que tenho um tempinho, principalmente à noite, dou um giro por lá. Vou curtir um barzinho, gosto de passar pela rua em que morava. A casa, na esquina da Frei Orlando com a Paraíso, não existe mais. Foi demolida quando fizeram o túnel do Catumbi”, recorda, nostálgico.
Ao contrário do auge da carreira, hoje José Augusto consegue transitar numa boa pelas ruas da cidade. “Se existe uma coisa que eu não tenho é saudade de ser reconhecido. Sou menos assediado, as pessoas até vêm falar comigo, mas acabou aquela coisa de não poder nem aparecer na rua, e eu gosto de poder passear com meu filho, ir à praia, ao cinema. Com esse novo DVD, estou com medo disso voltar”, conta. LSM
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