sábado, 12 de maio de 2012

Amor de mãe

Quem não teve a oportunidade de conferir ao vivo Elis Regina (1945-1982), considerada por muitos a melhor cantora brasileira de todos os tempos, e mesmo quem teve o privilégio de presenciar uma apresentação sua, deve conferir a homenagem à artista feita pela filha, a também cantora Maria Rita. O emocionante espetáculo, que no Rio festeja o Dia das Mães no Aterro do Flamengo, já foi apresentado por ela em Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte e São Paulo. É bom que os fãs levem suas câmeras fotográficas para registrar o momento além de apenas na memória, porque não há garantia de que o projeto ‘Viva Elis’ vire um DVD.

“Apesar dos milhares de pedidos, não tomei essa decisão ainda. Não vejo por que fazer um DVD, já que as versões originais da minha mãe ainda estão aí para serem ouvidas. E, convenhamos, as versões dela ainda são as definitivas”, decreta Maria Rita.

A cantora, no entanto, deixa no ar que pode mudar de ideia. “Se for para chamar maisatenção para o nome da Elis, posso reconsiderar minha posição. Afinal, o objetivo desse projeto é redescobri-la, reapresentá-la para quem tiver a alma aberta”, define a filha coruja.

Desde que surgiu no cenário, Maria Rita sempre foi comparada à mãe pela similaridade dos timbres. Em dez anos de carreira, a filha considera que já conseguiu marcar sua identidade como cantora. “Eu diria isso sim, caso contrário eu não teria durado um ano sequer neste mercado”, avalia.


E demorou, mas ela finalmente cedeu à pressão e aceitou cantar clássicos eternizados na voz de Elis, como ‘O Bêbado e a Equilibrista’, ‘Aprendendo a Jogar’, ‘Fascinação’ ou ‘Como Nossos Pais’ — todas essas incluídas no roteiro. Na estreia do espetáculo, em março, no Vivo Rio, apenas para convidados, a cantora fez questão de várias vezes registrar ao microfone que “isso é única e somente uma homenagem à maior cantora que o País já teve”, deixando claro que Elis é incomparável.

Ao lado dos músicos Thiago Costa (teclado), Sylvinho Mazzucca (baixo), Davi Moraes (guitarra) e Cuca Teixeira (bateria), ela vai interpretar 25 sucessos da carreira de Elis, com direito a figurino e gestual que remetem aos da mãe.

O projeto conta ainda com uma exposição (que estreia no Rio em 10 de outubro) com fotos, entrevistas, ingressos, pôsteres, vídeos e objetos pessoais, além de um documentário sobre Elis Regina.

“O que deve emocionar mais as pessoas é uma sala onde poderão ouvir a voz de Elis sem acompanhamento instrumental, solo”, conta o músico, produtor e idealizador da homenagem, João Marcello Bôscoli, irmão de Maria Rita.

Pedro Mariano, também filho de Elis, é ausência sentida no projeto. “Essa homenagem é de mim para ela. O Pedro tem a dele, já em andamento, e, pelo que já soube, será um show muito bonito”, antecipa Maria Rita.

Em meio às homenagens a Elis, ela ainda nem pensa em gravar novo disco. “Estou mergulhada neste projeto. Quando sentir necessidade de novas histórias, aí sim entro em estúdio. Quando e onde ainda não me interessa”, despista. LSM (fotos Maria Rita por Felipe O’Neill)

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