quarta-feira, 6 de abril de 2011

Chorão está rindo à toa

Alexandre Magno Abrão está cada vez mais distante do nome que o consagrou Brasil afora. Prestes a lançar novo DVD com o Charlie Brown Jr., Chorão é só alegria. O vocalista garante que a fama de bad boy é coisa do passado, se mostra um cara superfamília, fala da lição que aprendeu depois da briga com Marcelo Camelo e, entusiasmado, até anuncia disco solo. “Não tenho a pretensão de seguir carreira sozinho, é pura diversão”, explica. “Estou conversando com o Zé Gonzales (DJ, ex-Planet Hemp), que é meu brother e vai produzir esse som. Ele não faz só rap, é um cara que mexe com tudo, do heavy metal ao samba”.


Você não leu errado: até o gênero tipicamente carioca tem feito a cabeça do roqueiro paulista nesta nova fase, não é, Chorão? “Meu ouvido não estava pronto para o samba. Já fui um moleque chato e radical, que achava que bom era só o que eu gostava. Até que passei dois dias gravando com o Zeca Pagodinho e aprendi a dar o maior valor a esse lance, que eu não entendia. Ele é o cara mais rock ‘n’ roll que conheci. Pode juntar uns 30 caras como eu, o D2 ou o João Gordo que não barra ele”, compara, às gargalhadas.

O riso fácil só deixa o papo reto na hora de justificar as ausências do Charlie Brown Jr. em alguns shows agendados recentemente. “Não quero fazer drama, mas minha mãe está meio doentinha, indo para o hospital toda hora. Sei que tenho um histórico polêmico, mas nunca fui um cara de não aparecer para cantar. Ia falar que não sou o Tim Maia, mas deixa isso para lá, porque ele é um cara que eu adoro”, brinca, descontraindo novamente.

Além da assistência à mãe, Chorão, 40 anos, tem se aproximado do filho. “Ele também se chama Alexandre, tem 20 anos. Está maior que eu, com um e noventa e pouco. Tem banda, toca baixo, guitarra, e está cursando o terceiro ano de Cinema. Ele não nasceu para ser playboy, não. Pretendo que logo possa trabalhar comigo, dirigindo os clipes do Charlie Brown. Considero o moleque um puta filho legal”, derrete-se, cheio de orgulho.

Hoje, o paizão tranquilo olha com distância para o Chorão que disparou um soco que quebrou o nariz de Marcelo Camelo, em 2004. “Ele abriu um processo pedindo 150 paus. Eu ofereci dois shows para ele doar para uma instituição e acabar com esse triste episódio, mas ele não quis e acabou perdendo. Foi uma confusão besta, não me orgulho e nunca mais protagonizei algo parecido. Agora, mesmo que alguém me ofenda, fico na minha. Tenho outra postura. O Camelo também deve ter aprendido algo com isso. Gostaria de um dia perguntar a ele”, resigna-se.

Chorão conta que até seu público anda mais calminho. “Rolava briga na plateia, mas acho que a galera compreendeu que eu não vou reunir 20 mil pessoas para ver neguinho se matar, não é?”, questiona, citando um trecho da sua ‘Só Os Loucos Sabem’: “O homem quando está em paz/Não quer guerra com ninguém”. “É por aí mesmo”, confirma Chorão.

O CORO VAI COMER
Previsto para sair em junho, ‘Música Popular Caiçara’ vai trazer o registro do show do Charlie Brown Jr. em 19 de março, no Citibank Hall de São Paulo. É o sexto DVD e décimo CD do grupo santista.

O repertório inclui os sucessos ‘Proibida Pra Mim’, ‘Papo Reto’, ‘Rubão, O Dono Do Mundo’ e ‘Só Os Loucos Sabem’, além de três inéditas, ‘Céu Azul’, ‘Rockstar’ e ‘Cheia de Vida’. “Também resgatamos músicas que nunca tinham sido tocadas ao vivo, como ‘Longe de Você’. É um DVD que marca a trajetória da banda. Todos os dez discos foram revisitados, entre hits e lados B”, detalha Chorão. “Vai ter muitos extras, o DVD vai ficar bem cheio. Tem tanto material que nem sei como vai ser para comprimir tudo no disco”.

Ainda sem data certa, a turnê de lançamento fatalmente vai passar pelo Rio. “Estou ansioso para tocar na Fundição (Progresso) ou no Circo (Voador). Tenho a sorte de ser agraciado e respeitado pela cariocada. Sempre que tocamos no Rio é incrível”, descreve. LSM

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