quarta-feira, 30 de março de 2011

'Naomi Campbell' erudita

Ela é filha de sambista, tem cara de diva da música soul ou de musa do rap, traz a sensualidade de uma estrela pop, mas seu universo principal é o jazz e a música erudita. “Já tive também minha época de roqueira, ouvia Guns ‘N’ Roses, Pearl Jam, Rolling Stones, U2, Radiohead, essas coisas. Quando era criança, normal, curtia até o Backstreet Boys. Passei por vários gêneros, e acho que isso é o mais legal na minha formação musical”, descreve Maíra Freitas, a herdeira de Martinho da Vila e irmã de Mart’nália.

A estreia em CD, homônimo (Biscoito Fino), traz canções de nomes emblemáticos do samba, como Nei Lopes, Paulinho da Viola e o próprio pai, mas tudo vertido para seu estilo, com uma pegada erudita — ela é pianista clássica. Martinho é só orgulho com a empreitada solo da filha. “Maíra é uma estrela que começa a cintilar e todos os seus ouvintes serão admiradores que darão graças a Deus por ela existir”, derrete-se o pai coruja.

Ela garante que Martinho nunca tentou impor o samba em sua trajetória nem sugeriu desviá-la do caminho musical que escolheu. “Meu pai está todo bobo, enche a boca para falar com orgulho que tem uma filha que é formada em música. Foi ele quem me deu meu primeiro instrumento”, conta.

No disco, Maíra desconstrói o clássico de Martinho da Vila, ‘Disritmia’, em versão piano e voz com participação do pai. O dueto foi apresentado no ‘Programa do Jô’. Na ocasião, o apresentador brincou com o amigo de longa data e classificou Maíra como uma “filha tão bonita desse homem tão feio”. A bela pianista, registre-se, esbanja seu charme nas fotos do CD, com direito a um generoso close de suas costas dentro de um corselet. “Sou supermulherzinha, passo horas vendo blogs de maquiagem, adoro me emperequetar e me arrumar. Meu sonho era ser a Naomi Campbell”, revela.

Marmanjos, porém, nem se animem. Maíra Freitas está apaixonadíssima. “Há cinco meses comecei a namorar o percussionista Thiago Da Serrinha, exatamente quando comecei a fazer o CD. O plano inicial era gravar músicas mais dramáticas, tipo ‘ninguém me ama’, mas o romance acabou mudando a cara do disco”, descreve a pianista.

O tom descontraído é revelado a cada faixa, e sobra espaço até para fazer galhofa com um ex. Em ‘Corselet’, de sua autoria, Maíra canta que, para seu espanto, flagrou o noivo dentro de sua peça do vestuário. “Não quero difamar nenhum ex-namorado, foi só uma brincadeira”, desconversa, às gargalhadas. LSM

Nenhum comentário:

Postar um comentário