terça-feira, 19 de abril de 2011

Obcecado por tecnologia, Junior troca o rock pela música eletrônica

Irmão mais novo vive na cola do mais velho. Depois de a primogênita Sandy externar sua porção devassa, é a vez de Junior revelar outra face de sua personalidade: seu lado nerd, com o Dexterz. No grupo, dedicado à música eletrônica, o caçula deixa para trás o rock de sua ex-banda, Nove Mil Anjos. “O nome é por conta do desenho animado (‘O Laboratório de Dexter’) e também de um seriado de TV, que têm personagens vinculados à coisa geek (gíria para pessoas obcecadas por tecnologia), bem nerd. O projeto é muito tecnológico, high tech, e praticamente montamos um laboratório no palco”, define Junior. “Gosto muito do rock, e foi uma experiência incrível com o Nove Mil Anjos, mas hoje estou muito satisfeito com a música eletrônica”.

Completam a formação do Dexterz o DJ Julio Torres e Amon Lima, cunhado de Sandy e violinista da Família Lima, todos cercados de fios e plugados em seus laptops. “Quase tudo é feito na hora. A gente entra no palco e nem sabe o que pode acontecer, depende da reação da galera na pista. É um projeto de muito improviso, por isso cada show é completamente diferente do outro” detalha Junior, responsável pela bateria no grupo.

Viciado na Internet e totalmente conectado às redes sociais, ele bem sabe que nem tudo na web é bacana, e lembra que foi vítima da blogueira conhecida como Felina, que, em 2009, publicou um vídeo seu e de outros famosos, com os quais alegava ter feito sexo virtual e tido conversas picantes. “Adoro o mundo digital. Hoje em dia, é muito interessante estar ligado nas redes sociais, principalmente na minha profissão, mas é preciso saber usar. É um mundo em que tudo é muito rápido e superficial. Quando se está escondido atrás de seu computador, nego se vê muito à vontade de soltar vontades reprimidas. E tem muita gente amarga na Internet, muita gente que usa isso para expor as pessoas. Mas se eu fosse ligar para o que todos falam à minha volta, eu ficaria maluco, deprimido, ou me tornaria o cara mais arrogante do mundo”, avalia.

Junior, porém, não tem do que reclamar neste seu momento nerd. O mercado da música eletrônica tem lhe garantido felicidades suficientes para não sentir saudade nem das grandes plateias e dos recordes de vendas que desfrutava quando atuava ao lado da irmã. “É um mercado enorme, e que me surpreendeu. O público é principalmente feminino, uma galera de vinte e poucos anos, que gosta de frequentar boates. Sempre dá muita mulher nos nossos shows, acho que por ser bastante melódico, graças ao violino do Amon”, conta. “Confesso que, na verdade, ainda me sinto mais à vontade cantando para cinco mil pessoas que para 500. Fiz isso a minha vida inteira, era só estádio. Tive que me reeducar como artista para tocar em lugares mais intimistas, onde a proximidade com o público é direta e as pessoas até encostam em você”, descreve.

E com essa mulherada toda na plateia bem pertinho de você, Junior, a azaração rola solta? “Lógico, não tem como não rolar. Isso faz parte até da profissão. Não seria hipócrita de falar que não é divertido, mas na banda tem até gente casada, e nosso foco principal é a música”, desconversa Junior, que, registre-se, diz que está solteiro.

SANDY ELETRÔNICA
Antes de Junior entrar para o grupo, o Dexterz se chamava Crossover e era integrado apenas por Julio Torres e Amon Lima. Curiosamente, o único disco do duo, ‘Humanized’, traz a participação de Sandy, na faixa ‘Scandal’. É a primeira, e por enquanto única, aventura da cantora pelo universo eletrônico. Mas, se depender do irmão, ela pode voltar ao gênero. “A Sandy chegou no estúdio e ela mesma fez a música em dez minutos, e o negócio ficou muito f... Ela nem tem noção disso, mas leva muito jeito para a música eletrônica. O palco do Dexterz vai estar sempre aberto para ela”, convida o irmão.

Será que a famosa dupla familiar voltará a atuar, desta vez em versão turbinada? Junior sente saudade dos grandes shows que fizeram. “No Maracanã e no Rock In Rio foram os momentos de maior emoção e adrenalina que senti em cima de um palco”, festeja, apesar de terem sido criticados na época do festival de rock, em 2001, por não serem uma atração do gênero. “E olha que estávamos em nossa fase mais pop. Amo o rock, mas tem que botar mesmo o som que a galera quer ver, e o Brasil é um país eclético, com muitas vertentes musicais”, decreta Junior.

Enquanto Sandy não dá uma canja com o Dexterz, a banda prepara seu disco de estreia: “Já começamos a produzir algumas faixas, mas por enquanto estamos mais focados nos shows”. LSM

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