quinta-feira, 5 de agosto de 2010

'Sertanejo universitário é uma coisa banal', avalia Almir Sater

Devagar e sem nenhuma pressa, como diz a letra de ‘Tocando em Frente’, sua música mais famosa. Assim é o violeiro, e ator nas horas vagas, Almir Sater. “Não tenho pressa de mais nada na vida. Eu vivo disso aí, de tocar pelo Brasil, além de ser um médio proprietário de uma fazenda de gado de corte, no interior do Mato Grosso do Sul”, conta o protagonista da novela ‘A História de Ana Raio e Zé Trovão’. “Sou músico, o negócio de ator foi só um bico”, define.

Na trama exibida em 1991 e reprisada desde junho com sucesso pelo SBT, Sater vive um mulherengo peão de boiadeiro. “O Jaime (Monjardim, diretor) estava encantado comigo e foi muito corajoso por colocar na linha de frente um violeiro recém-estreado na TV”, avalia o cantor, que tinha acabado de fazer ‘Pantanal’. “Só estou conseguindo assistir à novela agora, porque na época a gente ficava sem tempo e tinha um olhar muito crítico”.

O olhar crítico de Almir Sater ainda está lá, só que agora voltado para a música, sob seu inseparável chapéu. “Esse negócio de sertanejo ginasial, ou universitário, nem sei bem, vejo como uma coisa banal. Para me emocionar, tem que ter um pouco de arte. Sem arte, as coisas vão rapidamente se esfarinhar no ar”, prevê o músico.

O que não se esfarinhou no ar, definitivamente, é o badalado verso ‘Ando devagar porque já tive pressa’, um dos campeões de citação em frases de perfil no mundo virtual, do Orkut ao MSN. “Essa música faz parte da vida de muita gente. A letra do Renato Teixeira veio toda pronta, como se ele estivesse psicografando. Eu estava só tocando meu violão, ele recebeu essa mensagem e em dois minutos fizemos música e letra”, relata Sater, que no momento grava um disco com o parceiro dos velhos tempos. LSM

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