quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Arlindo Cruz ensina Frejat a tocar banjo e tira onda na guitarra

Era para definir o repertório do primeiro encontro no palco do roqueiro com o sambista, para um show na Fundição Progresso, mas Frejat e Arlindo Cruz só queriam falar de seus instrumentos musicais. “Vou comprar uma guitarra dessas e pegar umas aulas contigo”, diz Arlindo, no estúdio de Frejat, empunhando um modelo Telecaster da coleção particular do anfitrião ao mesmo tempo que ensina uns acordes em seu banjo ao amigo. “São basicamente as mesmas cordas de baixo da guitarra”.

(Foto: João Laet)

Frejat, enquanto entusiasticamente tenta tirar um som do instrumento do parceiro, enumera seus ídolos do samba. “Sempre gostei de ouvir samba, Paulinho da Viola, Cartola, Nelson Cavaquinho. Este, por sinal, era um cara completamente rock ‘n’ roll”, define, contrariando a declaração que lhe foi atribuída no filme ‘Cazuza’, no qual briga com o vocalista e decreta que “o Barão Vermelho não pode tocar samba”. “Colocaram isso na minha boca, justo eu que sempre dividi o gosto pelo samba com o Cazuza. É a única coisa que me incomoda no filme”, desabafa.

Arlindo Cruz, dedilhando escalas de blues e impressionando na destreza com a guitarra, enfileira seus roqueiros preferidos. Assim como Frejat em relação ao samba, seu gosto também passa pelos veteranos. “Não sou um ‘guitar hero’, sou um ‘guitarrero’. Gosto de Rita Lee, Renato Russo, Lulu Santos e, claro, Frejat e Cazuza”.

Na Fundição, Arlindo Cruz conta que vai focar sua parte da noite em seu ‘MTV Ao Vivo’, enquanto Frejat anuncia algumas surpresas, como um pout-pourri de clássicos da música soul brasileira, incluindo Tim Maia e coisas do gênero que o Roberto Carlos gravou.

Finalmente, a dupla define os números que vão dividir no inédito encontro. “Lembro que você gravou o ‘Malandragem Dá Um Tempo’, do Bezerra da Silva”, sugere Arlindo. “Ótimo, mas queria tocar alguma coisa de sua autoria também”, devolve Frejat. Arlindo, então, mostra ‘Dor de Amor’, imediatamente aprovada pelo guitarrista. “A gente se conhece desde o camarim do Chacrinha, mas nunca aconteceu de tocar juntos”, lembra Frejat.

Direção musical
O tempo não para e a reunião tem que terminar, porque os músicos Dadi (Novos Baianos, A Cor do Som) e Otávio Rocha (Blues Etílicos) chegam para ensaiar o show que Frejat vai dirigir no evento ‘Back2Black’, que celebra a cultura africana, na Estação Leopoldina. “Me senti desafiado com a missão de coordenar uma banda para acompanhar vários artistas, como Mart’nália, Elza Soares e os internacionais Vieux Farka Touré e Taj Mahal”, define. LSM

Nenhum comentário:

Postar um comentário