quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Um nobre vício

Seu maior fornecedor é Toró. Dudu Nobre parece que ficou viciado mesmo no negócio. Toda vez que o jogador rubro-negro chega em casa após uma partida, dá mais uma amostra grátis ao sambista.

"Somos vizinhos, no Recreio", explica Dudu. "Quando vejo ele com uma nova camisa do Flamengo, é só comentar que curti o modelo que ele diz na hora: 'É tua!', e a joga para mim, por cima do muro".

A maioria das camisas da cada vez mais vultosa coleção do cantor foi presente de algum amigo jogador. Hoje, Dudu Nobre reúne cerca de 100 modelos, incluindo edições raras e históricas.

"Léo Moura, Vagner Love, Wilians, Kléberson e ‘Didico’ (como ele chama Adriano) são todos meus parceiros, e vivem me dando camisas", conta, exibindo orgulhoso uma com o número 10 e seu nome estampado nas costas. "Essa o Flamengo fez especialmente para mim, quando completei 10 anos de carreira".

Entre os exemplares prediletos, Dudu Nobre gosta de destacar a ‘camisa da interrogação’, usada por breve período quando o time estava sem fonecedor de material esportivo e que diz ser "disputada à porrada". A superstição, claro, também faz parte do folclore envolvendo as camisas.

"Sempre que vou ao Maracanã com o manto sagrado de 1982, o Flamengo não perde", garante. Tanta paixão pelo time, porém, nunca inspirou Dudu Nobre a compor uma canção em homenagem ao clube - como fizeram outros nomes da música brasileira, como Jorge Ben Jor.

"Não tive esse prazer, e também nunca quis forçar, porque não pode ser algo oportunista, quando rolar, tem que ser autêntico", decreta. "É uma responsabilidade enorme. O Flamengo é tão clássico que um samba comparável à sua tradição tem que ser algo da magnitude de 'Aquarela Brasileira', de Ary Barroso". LSM

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