quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Alanis morre sete...

Um gaiato disparou certa vez a infame frase: “Todo mundo só morre uma vez, mas a Alanis morre sete...”. A brincadeira, que repercutiu da Internet às mesas de bar, encontra na cantora canadense um fundo de verdade. “Nos meus momentos espirituais, costuma me ocorrer esse pensamento: tenho um grande medo de morrer”, assume Alanis Morissette.

A verdade é que, com 17 anos de carreira, disco novo na bagagem, ‘Havoc And Bright Lights’, Alanis já está imortalizada na história da música pop mundial. Ela, no entanto, não se conforma com isso, e conta que a morte é um assunto recorrente em sua mente. “Penso muito nisso. Não sou uma pessoa religiosa, mas adoro as religiões, passeio por várias, e tiro de cada uma algo de bom para mim”, revela.


Vale recordar que Alanis já foi Deus no cinema. Ela assumiu o papel do Todo-Poderoso no filme ‘Dogma’, em 1999, e, em certa ocasião, ela mesma definiu seus shows como “uma experiência religiosa com o público”. “Quando estou no palco e recebo o reconhecimento das pessoas, é algo muito especial. São os momentos em que esse meu lado espiritual me faz pensar: ‘O que vale na vida é isso’. É algo até telepático que sinto com a plateia”, classifica.

Ela está vivendo, de fato, um momento muito especial, mas desta vez não se trata de comunhão com os fãs. Alanis é mãe recente de Ever, 8 meses, e compara a maternidade com sua profissão. “Esse meu novo disco, eu gravava e, nos intervalos no estúdio, eu amamentava. São duas paixões enormes que tenho na vida”, derrete-se.


PAIXÃO BRASILEIRA
Alanis Morissette já é figurinha fácil no Brasil. Vá lá, nem tanto quanto Billy Paul e Dionne Warwick, que, ano sim, outro também, estão sempre batendo ponto em palcos por aqui. Mas, desde 1996, Alanis já esteve seis vezes no País. Se apresentou no ‘Domingão do Faustão’, em ‘Malhação’ e na novela ‘Celebridade’. “Tenho lindas memórias dessas minhas passagens pelo Brasil. É um público apaixonante”, elogia.

Mas isso a gente já sabe, não é? Aliás, dez entre dez artistas internacionais que vêm por aqui dão essa mesma declaração. Além do público, há algum nome da nossa música que faça a sua cabeça, Alanis? “Eu já morei com cinco brasileiras, e todas me davam vários discos de cantores e bandas do Brasil, que ouvi muito durante um período da minha vida. É uma música maravilhosa, sem dúvida, mas, confesso, não lembro de nenhum nome para te citar agora”, lamenta ela, emendando rapidamente. “Ah, mas tem mais uma coisa que eu admiro muito nos brasileiros: o senso de humor. Inclusive, é bem parecido com o humor canadense”, compara.

O Brasil está mesmo em sua mira. Nos últimos dias, sua página no Facebook estava repleta de postagens em português. Seu novo álbum chegou à primeira posição na iTunes Store do Brasil e segue firme entre os mais baixados. A turnê anterior no País, em 2009, passou por 11 cidades e, nesta volta, ela passa por sete capitais. “A cada apresentação eu gosto de mudar o roteiro. Tem músicas que quero cantar e que nem estão ainda bem ensaiadas. Eu defino o que vai para o palco assim: sento no chão com os outros integrantes da banda e a gente coloca todos os discos no chão e cada um vai escolhendo uma que gostaria de tocar. Os mais novos no grupo preferem as canções mais recentes, e os outros mais velhos acabam votando nas mais antigas, como as do meu disco ‘Jagged Little Pill’. Por isso que cada show pode ter um repertório exclusivo”, detalha. LSM

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