terça-feira, 26 de junho de 2012

Elas são Gabrielas

Quando vieram a esse mundo, elas não atinavam nada sobre o porquê de terem sido batizadas com o mesmo nome da personagem do romance de Jorge Amado, ‘Gabriela, Cravo e Canela’. Meus camaradas, a Gabriela vivida por Sonia Braga na primeira adaptação do livro para a televisão, em 1975, inspirou um sem-número de mães e pais a escolherem este nome para suas filhas. Elas nasceram assim, cresceram assim, são mesmo assim e vão ser sempre assim: Gabriela.

No embalo do atual remake com Juliana Paes à frente, fomos atrás dessas Gabrielas que reúnem pelo menos três décadas de histórias divertidas sobre a origem de seus nomes. “Minha mãe queria um menino. Como não veio, então ela, que se identificou com a personagem da novela, quis uma filha forte, que não fosse submissa, que tivesse fibra e personalidade”, descreve a secretária Gabriela de Oliveira (foto com o livro). “Agora, com o sucesso do remake que está no ar, vão nascer várias Gabrielas de novo”, aposta.


Integrante do badalado bloco Mulheres de Chico, a cantora Gabriela Buarque (foto na árvore) conta que seu nome foi escolhido na mesma Ilhéus onde se passa a trama. “Minha mãe estava grávida quando foi com meu pai à cidade baiana. Eles até visitaram as locações onde foi filmada a novela. E eu tenho mesmo esse traço da Gabriela, de correr atrás do que acredito. Isso se reflete até no lance de querer viver de música, que banco na cara e na coragem”, compara.

A identificação com a personagem não é uma unanimidade. “Curto a espontaneidade e autenticidade, mas não gosto dessa coisa meio ingênua dela”, descarta a designer Gabriela Ferraz (foto com o CD). “Minha mãe conta que a novela fez muito sucesso, e como ela é negra e meu pai branco, acharam que sairia uma menina morena e que o nome combinaria”, explica.

Nem todas, claro, têm a obrigação de gostar do nome. “Minha mãe é fã do Jorge Amado, mas me batizou com Anna antes, para eu ter a opção de querer ser chamada assim, e não de Gabriela”, considera a jornalista Anna Gabriela Lopes (foto com a flor). “Mas adoro meu nome!”.

Além de serem xarás, elas dividem o fato de sempre escutar o onipresente refrão da canção-tema de Dorival Caymmi, eternizada na voz de Gal Costa. “Toda hora me cumprimentam com o ‘Gabrie-e-la’ sonoro da Gal”, diverte-se Anna Gabriela.  LSM (fotos Felipe O'Neill)

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