O 'futebol-arte', onde se exercitava o talento com a bola, quando revivido chama tanto a atenção, vai para tantas manchetes do noticiário, que explana como belas jogadas andam sumidas dos campos. Muitos que curtiam, acompanhavam e choravam por seu time, hoje nem se importam ou sabem sua escalação ou colocação. A violência é um dos principais motivos. Não só das torcidas, mas também dos próprios jogadores. Não dá mais para exercer o futebol com arte, porque dá a entender que está sacaneando o outro, curtindo com a cara. Lembra do 'drible da foca'? Hoje os jogadores são muito fortes, preparados como um animal, feitos para ganhar o jogo e chutar em gol.
E os salários absurdamente altos, que distorcem o espírito esportivo? Não jogam mais pela camisa. São comerciantes, tanto faz. O profissionalismo se tornou algo mercenário, os jogadores deixaram o amor pela bola e passaram a ter muito mais amor pelo dinheiro. Quem manda nos times são as grandes empresas que detém os direitos sobre Copas e jogadores. Vai chegar ao ponto do craque da Umbro não passar a bola pro craque da Nike. O capitalismo podia deixar o futebol a salvo. Os times vislumbram investimentos formidaveis, mas não veem que o atleta tem que ter acompanhamento psicológico. Ficam ricos de um dia para o outro e acabam se casando com alguma aproveitadora. O capital humano está muito mal tratado.
A busca por melhores salários e condições de trabalho no exterior também causa cada vez mais o desinteresse dos antigos apreciadores do futebol. Não reconhecemos mais os jogadores que atuam no Brasil. É um time de desconhecidos, os melhores jogadores vão embora. Só dão um gostinho para a torcida e logo caem fora. E não há um movimento interno de organização que faça o futebol brasileiro tomar força e se reestruturar, para que os craques possam jogar aqui e se sustentar.
A especulação imobiliária também é um problema. Os campos para a prática do futebol oficial estão acabando, porque é o típico espaço onde cabe um prédio. O Brasil teve grande urbanização nos últimos 100 anos e também um grande desenvolvimento do futebol de salão que, paradoxalmente, é destinado aos países frios. Tente lembrar, perto de sua casa, existe um lugar onde se pode jogar 11 contra 11?
A cara do futebol mudou, perdemos aquele jeito dos trópicos e passamos a imitar os europeus, enquanto os europeus, que não sabem jogar, são os que teriam que nos imitar. E, assim, o futebol vai se transformando em um jogo desmotivante. E a iniciativa deveria partir do Brasil, que tem um papel relevante, onde o futebol é a modalidade esportiva mais importante. Deveriamos ser vanguarda. Ainda hoje, se nosso time ganha, ficamos felizes. Tem uma certa felicidade que só o futebol proporciona. Se isso acabar, vai ser muito ruim. As pessoas deviam estar preocupadas, no sentido de reviver o bom futebol e formar as novas gerações. LSM
Na primeira carta de Paulo a Timóteo, este diz que "o amor ao dinheiro é a raiz de TODOS OS MALES; e, nessa cobiça, muitos desviaram da FÉ e se transpassaram a si mesmo com MUITAS DORES". Tá na BÍBLIA há uns dois mil anos.
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