quarta-feira, 17 de abril de 2013

‘Sim’ para Jon Anderson

Yes vem ao Rio sem o cantor, mas o baixista Chris Squire não descarta a volta do amigo ao grupo

Em tempos de canções de rápida  digestão como ‘Ai, Se Eu Te Pego’ ou ‘Gangnam Style’, é até difícil acreditar que ainda existem artistas que sobem no palco para tocar músicas com mais de dez minutos de duração, repletas de arranjos complicados, nada dançantes e, ainda assim, arrastam uma legião de fãs.

“Tem cada vez mais gente jovem nos nossos shows, e eles gostam muito da nossa música”, garante Chris Squire, baixista da lendária banda inglesa de rock progressivo Yes, por telefone, de Toronto, no Canadá.

Eles estão com uma turnê que promete arrepiar os cabelos dos fãs (os que ainda têm, claro) e trazem o show ao Vivo Rio no dia 25 do mês que vem. “Decidimos tocar na íntegra três dos nossos discos mais clássicos: ‘Yes Album’, de 1971, que foi o primeiro que mostrou nossas habilidades; ‘Close To The Edge’, de 1972, o primeiro no qual fizemos longas músicas; e ‘Going For The One’, de 1977, que nos deu muito sucesso também fora da Inglaterra”, lista Squire.

Pois é, o maior sucesso do grupo, ‘Owner Of A Lonely Heart’ não está no roteiro. “Pode ser que a gente faça uma nova turnê tocando na íntegra o disco ‘90125’, que tem essa música, ou o ‘Fragile’, que traz ‘Roundabout’, outro clássico”, anuncia. “Sabemos que que todos os nossos discos têm um grande significado para os fãs”.


Quem também significa muito para os yesmaníacos é o vocalista original da banda, Jon Anderson. A formação atual conta com, além de Squire, antigos integrantes como Steve Howe (guitarra), Geoff Downes (teclado) e Alan White (bateria). Se à frente dos microfones, o Yes não conta mais com Anderson, o jeito é recorrer a um genérico: Jon Davidson. Sério, o cantor que vem ao Rio, além da voz semelhante ao do antigo integrante, também é quase homônimo dele.

“Sou amigo do Jon Anderson. Outro dia mesmo nos falamos. Ele está muito ocupado com sua carreira solo e decidiu não continuar com a gente. E, além disso, o Jon Davidson esta fazendo um bom trabalho”, atesta Squire, e faz justiça ao nome do grupo: “No futuro, se Anderson quiser voltar a tocar com a gente, diremos ‘sim’ a ele”. LSM

terça-feira, 9 de abril de 2013

Biquíni virtual

O grupo Biquini Cavadão e seu vocalista Bruno Gouveia mantém uma relação virtual quase íntima com seus fãs. Tanto que, quando ele perdeu o filho Gabriel, de apenas 2 anos, vítima fatal do acidente de helicóptero em Porto Seguro que comoveu o País em 2011, as mensagens dos fãs pela Internet deram uma baita força para segurar as pontas. “Eles me ajudaram a pisar no palco, ver que a vida continua”, relata Gouveia. Antenado às tecnologias, para o lançamento  do novo disco, ‘Roda Gigante’, 14º da carreira, o Biquini investe na interatividade e vai dar mimos virtuais a seus fiéis seguidores.

“O CD tem 12 músicas novas e chega às lojas nesta sexta-feira. A novidade é que vamos lançar também uma versão do álbum em pen drive, para ser vendida exclusivamente em nossos shows. Vai trazer o disco novo, vídeos e a possibilidade de, ao espetá-lo no computador, fazer um cadastro e receber periodicamente no seu e-mail músicas, remixes e uma série de lançamentos que vamos soltar ao longo do ano. É um item de colecionador mesmo”, descreve o vocalista.

Bruno Gouveia, Miguel Flores da Cunha e Carlos Coelho, do Biquini, apresentam o pen drive de ‘Roda Gigante’ 

A banda já liberou no YouTube uma palinha de ‘Roda Gigante’: o clipe da música ‘Entre Beijos e Mais Beijos’ já passou as 50 mil visualizações. “Ainda este ano, vamos liberar uma edição ‘De Luxe’ do disco, com 24 faixas contendo versões rústicas das canções, para os fãs conhecerem como foi o passo a passo da confecção de cada uma”, detalha Gouveia. “Também temos o projeto de lançar um CD com demos e raridades do início da carreira”.

Neste primeiro lançamento depois da morte do filho, o cantor optou por não levar sua dor para as músicas. “Depois de ouvi-las, podem achar que algumas letras falam disso. Mas eu não quis misturar isso com a banda”, conta. LSM (fotos Alexandre Vieira)

terça-feira, 2 de abril de 2013

Lenine 3.0

Shows temáticos com o repertório de discos importantes da carreira, turnê com maestro holandês pela Europa, trilha para espetáculo do grupo de dança Corpo, show com banda punk cigana no Rock In Rio e, ufa!, concertos Brasil afora com orquestra sinfônica. A agenda repleta de Lenine é parte das comemorações pelos 30 anos de seu disco de estreia.

“Não sou apegado a essas datas redondas, mas fiz as contas e me surpreendi ao constatar que ‘Baque Solto’ (parceria com o compositor Lula Queiroga) completa três décadas em 2013. Notei ainda que faz 20 anos do lançamento do disco ‘Olho de Peixe’ (parceria com o percussionista Marcos Suzano). Olhei para trás, vi como foi bacana essa trajetória e resolvi celebrar”, conta Lenine.

As comemorações começam nos dias 19 e 20 deste mês, na Miranda, na Lagoa, onde ele vai reencontrar Marcos Suzano para juntos reviverem o show do álbum ‘Olho de Peixe’. As apresentações vão reproduzir o mesmo roteiro do disco original.

“Liguei para o Suzano e sugeri que fosse assim, da mesma forma que fizemos no passado. Ele topou na hora. Quem for nesses shows vai ganhar um exemplar de uma tiragem especial deste CD, que está sendo prensada especialmente para a ocasião”, detalha o cantor e compositor pernambucano.

Lenine também está preparando um outro espetáculo nos mesmos moldes, só que revisitando o ‘Baque Solto’, para ser apresentado no Recife apenas. “Estou indo atrás de todos os músicos que participaram daquele álbum para ver a disponibilidade de cada um”, relata.

Lenine com o maestro holandês Martin Fondse

Vai ter festividade até no exterior. De 18 a 26 de maio, Lenine se junta à orquestra do maestro holandês Martin Fondse para a turnê ‘The Bridge’, que começa na Alemanha e segue pela Holanda, Espanha e Portugal.

“Este ano também vai estrear um novo espetáculo do grupo Corpo, de dança. Ainda está sem título, mas a música será minha, acabei de entregar a trilha a eles. Eu já tinha trabalhado com o Corpo uma vez, no espetáculo ‘Breu’. Posso adiantar que foi uma experiência incrível, porque as coreografias deles são feitas depois da música composta. Então, eu tive que criar tudo praticamente do zero”, descreve Lenine.

Em setembro, ele faz um show no Rock In Rio, com os gringos do Gogol Bordello (leia mais abaixo), e duas apresentações ao lado da Orquestra Sinfônica Brasileira, uma no Theatro Municipal do Rio e outra no Parque Dona Lindu, no Recife.

“Além disso tudo, minha turnê mais recente, ‘Chão’, continua em curso em 2013. Este show, que oferece ao espectador a experiência sensorial do som quadrafônico, é especial para mim. E ainda terá este ano o espetáculo ‘Chão Sinfônico’, que vai aliar os recursos da quadrifonia à sonoridade dos instrumentos clássicos. Serão apenas apresentações gratuitas em praças públicas pelo país. Ainda tem muito chão pela frente”, promete.

UMA BIG BAND PARA O ROCK IN RIO
No dia 21 de setembro, um sábado, Lenine vai dividir o Palco Sunset (espaço alternativo para shows do Rock In Rio, onde acontecem encontros musicais inusitados) com o grupo punk cigano Gogol Bordello, do vocalista ucraniano Eugene Hütz. Eles já estão se reunindo para definir o repertório desta apresentação especial.

Lenine com Eugene Hütz, do Gogol Bordello

“Vai ser realmente um show em conjunto, porque vamos juntar todos os músicos de nossas bandas no palco: dois bateristas, dois baixistas e diversos outros instrumentos, como percussão e violino. Meu naipe de metais vai ser matador, com os feras Jessé Sadock, Serginho Trombone e o maestro Spok”, antecipa Lenine. “Combinamos que eu escolho as músicas deles para o roteiro, e eles escolhem as minhas. No meio disso, vamos colocar também algum pagode russo ou algo de Jorge Ben Jor”, lista. LSM (foto Lenine: Alexandre Brum)