Cantor e compositor mineiro lança CD gravado ao vivo, mas diz que perdeu a vontade de compor e só quer saber de seu ultraleve
Comendo quietinho, como bom mineiro, Beto Guedes vem, há alguns anos, dando asas a uma paixão que, hoje, desperta mais seu interesse que a música. Depois de fazer gerações viajarem a bordo de suas melodias, o cantor e autor de verdadeiros clássicos, como ‘Sal da Terra’, ‘Sol de Primavera’ e ‘Lumiar’, está decidido a não mais compor. Agora, só quer saber de passear em seu ultraleve. “Acho que ninguém pode pensar que já fez tudo na vida, mas o mercado virou de cabeça para baixo. Não adianta ficar compondo assim, é praticamente como fazer música para você sozinho. Perdi a vontade”, confessa.
Aos fãs, um consolo: o tesão pelo palco continua sem turbulências. Beto Guedes acaba de lançar o CD e DVD ‘Outros Clássicos’, registro de show em Belo Horizonte. “A satisfação de me apresentar ao vivo continua a mesma de sempre. A gente que está na estrada esses anos todos, se não tivesse pelo menos esse prazer, aí é que não dava mais mesmo”, resigna-se.
Na terra ou no ar, Beto Guedes busca adrenalina. O disco e a apresentação despacham aqueles grandes sucessos que todos cantam juntos, e leva no colo, como o próprio título sugere, músicas menos badaladas da carreira. Enquanto isso, o artista se aventura em outros voos a bordo de seu novíssimo ultraleve, sem medo da arriscada atividade que vitimou o também músico Herbert Vianna e que, neste último fim de semana, matou duas pessoas em um acidente na Barra da Tijuca. “Cheguei até a construir um ultraleve. Comprei a fuselagem de um modelo Paulistinha, peguei moldes de asas e passei anos mexendo com isso. Acabei vendendo e comprei um mais avançado, todo de alumínio”, conta, entusiasmado.
Não será surpresa se, em breve, Beto Guedes estiver se deslocando por conta própria nas turnês. “Acabei de renovar minha licença. Agora posso viajar pelo Brasil inteiro”, comemora.
O cantor, no entanto, garante que, pelo menos por enquanto, não pretende alçar maiores altitudes. “O máximo que fiz além dos ultraleves foi tirar onda na cabine de um Boeing”, diverte-se. LSM
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