Humberto Gessinger revê sua história em livro, descarta inclusão na geração 80 mas aspira turnê com formação clássica do Engenheiros
Ele nunca foi chamado para participar de shows ou festas de resgate dos anos 80, apesar de ter cometido seus grandes sucessos naquela década, como 'Infinita Highway' e 'Terra de Gigantes', ambas de 1987. Ao contrário de a grande maioria dos artistas de sua geração, já devidamente biografados, ele nunca havia sido sondado para a publicação da história de sua banda, uma das mais badaladas da época. Hoje, Humberto Gessinger se esquiva da inclusão no balaio oitentista e dá sua versão dos fatos em 'Pra Ser Sincero' (Belas Letras). O livro registra toda sua trajetória musical, com boa parte das páginas dedicadas ao recentemente dissolvido Engenheiros do Hawaii.
"O grupo é de uma segunda geração dos anos 80", classifica o cantor e compositor. "Lembro de ver shows do Paralamas do Sucesso quando ainda nem sonhava em ser músico. No mesmo dia que fizemos nosso primeiro show, em Porto Alegre, o Rock In Rio já projetava os grupos que definiriam aquela época".
Gessinger parece desdenhar do período que vivenciou e que redefiniu o rock no Brasil. Jura que não leu uma linha sequer de publicações que dissecam o período, como 'Dias de Luta', do jornalista Ricardo Alexandre. De fato, a banda que iniciou a carreira em 1985 durou até 2009, mas é nos primeiros discos que residem as músicas mais conhecidas. A chamada 'formação clássica', na qual tocava baixo ao lado de Augusto Licks (guitarra) e Carlos Maltz (bateria), é a que gera mais saudades.
"Sinto muita falta de tocar com o Augustinho e o Carlos", revela Gessinger, único integrante presente em todas as fases. "Espero que a gente se reúna de novo, adoraria fazer shows nostálgicos com eles, mas não me vejo mais lançando material inédito com o Engenheiros".
O recém-lançado livro registra suas aventuras musicais até os dias de hoje, integrando o duo Pouca Vogal, ao lado do músico Duca Leindecker. 'Pra Ser Sincero' vem na cola de 'Meu Pequeno Gremista', que escreveu sobre seu time do coração. Apesar da recente produção literária, Gessinger descarta estar pegando o gosto pelo negócio.
"Gosto muito de escrever, mas não tenho mais histórias interessantes para contar", desconversa. "O grande barato é o cara que escreve ficção, quem eu chamo realmente de escritor. Os convites para esses livros vieram da editora, eu apenas aceitei". LSM
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