Um papo de cinema com os músicos Lenine, Dado Villa-Lobos, Plinio Profeta e Carlinhos Brown, finalistas por suas trilhas sonoras no ‘Oscar’ brasileiro
Eles sabem tudo de gravações, shows e turnês. E quando o assunto é cinema, essa turma da música também gosta de dar seus pitacos. Sempre que podem, contribuem nas trilhas sonoras e ainda faturam suas estatuetas. Hoje, é dia de concorrer a mais uma, na cerimônia do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, a partir das 20h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Reunimos Lenine, Dado Villa-Lobos e Plinio Profeta, e ainda fomos atrás de Carlinhos Brown (que não pôde comparecer ao encontro por estar ocupado no programa de televisão ‘The Voice’), todos finalistas na categoria Melhor Trilha Sonora, para um papo cinematográfico. “Quando servimos ao cinema, somos só uma peça na engrenagem, ao contrário dos nossos shows, onde somos o centro das atenções”, compara Lenine, que concorre pela trilha do filme ‘Amor?’, de João Jardim.
Ser coadjuvante não diminui o tesão desses músicos ao preparar canções para um longa. Muito pelo contrário. “É mais livre, não precisa ter refrão, nem dois minutos de duração para tocar no rádio”, explica Plinio Profeta, autor da trilha de ‘O Palhaço’, filme dirigido por Selton Mello que é candidato a representar o Brasil na disputa pelo Oscar 2013.
Para explicar sua paixão pela música e pelo cinema, Dado Villa-Lobos chegou a criar um verbo. “É o ‘ouver’, mistura de ver e ouvir. Imagem e som andam cada vez mais juntos, tanto que, quando queremos procurar uma música na Internet, vamos ao YouTube”, ressalta o guitarrista da Legião Urbana e candidato ao Grande Prêmio por ‘Malu De Bicicleta’, de Flávio Tambellini.
CAVEIRA NO VOCAL
Dos três, Dado é o mais rodado quando o assunto é trilha: já acumula nove no currículo. Plinio e Lenine, no entanto, já experimentaram atuar. “Vivi o profeta Gentileza em um curta, mas sou um péssimo ator, um canastrão”, assume Lenine.
Apesar de rivais na disputa pelo troféu hoje, eles concordam em todo o resto: da qualidade do cinema brasileiro à performance do ‘Capitão Nascimento’ Wagner Moura no recente tributo à Legião Urbana. “Ele foi um gladiador!”, elogia Dado, atestando que o ator é caveira no vocal.
‘NÃO ESPERAVA A INDICAÇÃO’
Carlinhos Brown concorre ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro por sua trilha para o filme ‘Capitães de Areia’, dirigido por Cecília Amado. O baiano disputou este ano o cobiçado Oscar, com a música que fez com Sergio Mendes para a animação ‘Rio’. Não levou.
“Muitas pessoas têm lutado em torno de um reconhecimento da Academia. Eu não esperava a indicação, nem um honroso segundo lugar, já que só duas músicas concorreram”, avalia Brown. “Estou estudando para chegar lá. As oportunidades continuam fortíssimas em relação à América”.
Plinio Profeta está animado, mas teme que, se ‘O Palhaço’ for indicado, não leve o Oscar. “O francês ‘Intocáveis’ está muito forte lá fora”, destaca. LSM (foto alto João Laet)
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