(Fotos: Alessandro Costa)
Chegou a hora de aprender com o “pequeno grande coração” de Chicão, do jeito que sua mãe vislumbrou na música ‘1º de Julho’. Desde que Maria Eugênia, companheira de Cássia Eller, ganhou sua guarda, após a morte da cantora, em 2001, pouco se ouviu falar da trajetória do garoto. Aos 16 anos, Francisco Ribeiro Eller descobre o mundo junto de um punhado de amigos-músicos e investe na mesma profissão da mãe e do pai (o baixista Tavinho Fialho, que morreu em acidente de carro pouco antes de o filho nascer).
Fomos encontrar Chicão munido de pandeiro, triângulo, alfaia e microfone. Ele responde pela percussão e vocal no grupo Zarapatéu, que se apresentou no último fim de semana na Lona Cultural Herbert Vianna, no complexo de favelas da Maré. No camarim, pouco antes de entrar no palco, ele deu a primeira entrevista da sua vida e contou que a opção pela carreira musical seria feita mesmo se a mãe não fosse Cássia Eller. “Acho que é algo que vem no sangue, mas meu interesse aconteceu mais pelo acesso à música que ela me proporcionou, através da grande coleção de CDs e vinis que eu herdei, do que pelo fato de ela ser cantora”, define.
Em início de carreira, os integrantes do Zarapatéu só querem é tocar e não estão nem aí se, em princípio, ganharem involuntariamente a alcunha de ‘a banda do filho da Cássia Eller’. “Não queremos ser celebridades, queremos que o foco seja a música”, decreta o supertímido Chicão, usando sempre o plural para falar sobre o grupo e não ser o alvo das atenções.
Alunos no colégio Centro Educacional Anísio Teixeira (Ceat), em Santa Teresa, onde também estudam música, os colegas estão sempre juntos. Gostam de escutar Chico Buarque, Jorge Ben Jor e Luiz Melodia e sair pela cidade. “A gente vai à Lapa, curtimos ver shows no Circo Voador e nosso bar preferido é o Simplesmente, em Santa Teresa”, revela Chicão, que mora no Cosme Velho.
Desfilando sua vasta cabeleira à la ‘black power’ e perambulando pelo palco todo o tempo descalço e sem camisa, o jovem percussionista mostra que tem estilo. Sua primeira professora de canto, Isadora Medella, do grupo As Chicas, atesta que ele traz no DNA o talento da mãe. “Ele ainda nem sabe, mas é um músico superafinado e tem um ouvido maravilhoso”, avalia.
A mistura sonora do Zarapatéu
Além de Chicão, o Zarapatéu é formado por Artur Sinapse (bateria), Bernardo de Carvalho (clarinete), Bruna Araújo (voz), Daniel Batalha (guitarra), Lucas Videla (percussão e vocal), Marina Chuva (percussão e vocal) e Pedro Moragas (baixo). O nome é uma corruptela do prato sarapatel, típico da culinária de Pernambuco e do Ceará, feito com tripas e outras vísceras de porco. “Nosso som é isso mesmo, uma mistura de tudo o que a gente gosta”, explica Sinapse.
No repertório, tocam ‘Mas Que Nada’ (Jorge Ben Jor) e ‘Roda Viva’ (Chico Buarque). Entraram em estúdio recentemente para gravar duas músicas, que podem ser conferidas em www.myspace.com/zarapateu. “A gente é muito ligado em sons regionais”, conta Marina. Os ensaios são todo fim de semana, na casa de Moragas, em Laranjeiras, sob protestos da vizinha idosa, Dona Madalena. “Todos os shows são dedicados a ela”, diverte-se o baixista.
Bruna não compareceu à Maré. A mãe, a cantora Emanuelle Araújo, do grupo Moinho, ficou com medo da filha se apresentar na ‘Faixa de Gaza’. O show teve um aspecto especial para Chicão. “Essa barreira tem que acabar. Um bando de caras da Zona Sul estar aqui hoje é irado. Se eu não for músico, quero fazer Ciências Sociais e ser antropólogo”, diz. LSM
Fomos encontrar Chicão munido de pandeiro, triângulo, alfaia e microfone. Ele responde pela percussão e vocal no grupo Zarapatéu, que se apresentou no último fim de semana na Lona Cultural Herbert Vianna, no complexo de favelas da Maré. No camarim, pouco antes de entrar no palco, ele deu a primeira entrevista da sua vida e contou que a opção pela carreira musical seria feita mesmo se a mãe não fosse Cássia Eller. “Acho que é algo que vem no sangue, mas meu interesse aconteceu mais pelo acesso à música que ela me proporcionou, através da grande coleção de CDs e vinis que eu herdei, do que pelo fato de ela ser cantora”, define.
Em início de carreira, os integrantes do Zarapatéu só querem é tocar e não estão nem aí se, em princípio, ganharem involuntariamente a alcunha de ‘a banda do filho da Cássia Eller’. “Não queremos ser celebridades, queremos que o foco seja a música”, decreta o supertímido Chicão, usando sempre o plural para falar sobre o grupo e não ser o alvo das atenções.
Alunos no colégio Centro Educacional Anísio Teixeira (Ceat), em Santa Teresa, onde também estudam música, os colegas estão sempre juntos. Gostam de escutar Chico Buarque, Jorge Ben Jor e Luiz Melodia e sair pela cidade. “A gente vai à Lapa, curtimos ver shows no Circo Voador e nosso bar preferido é o Simplesmente, em Santa Teresa”, revela Chicão, que mora no Cosme Velho.
Desfilando sua vasta cabeleira à la ‘black power’ e perambulando pelo palco todo o tempo descalço e sem camisa, o jovem percussionista mostra que tem estilo. Sua primeira professora de canto, Isadora Medella, do grupo As Chicas, atesta que ele traz no DNA o talento da mãe. “Ele ainda nem sabe, mas é um músico superafinado e tem um ouvido maravilhoso”, avalia.
A mistura sonora do Zarapatéu
Além de Chicão, o Zarapatéu é formado por Artur Sinapse (bateria), Bernardo de Carvalho (clarinete), Bruna Araújo (voz), Daniel Batalha (guitarra), Lucas Videla (percussão e vocal), Marina Chuva (percussão e vocal) e Pedro Moragas (baixo). O nome é uma corruptela do prato sarapatel, típico da culinária de Pernambuco e do Ceará, feito com tripas e outras vísceras de porco. “Nosso som é isso mesmo, uma mistura de tudo o que a gente gosta”, explica Sinapse.
No repertório, tocam ‘Mas Que Nada’ (Jorge Ben Jor) e ‘Roda Viva’ (Chico Buarque). Entraram em estúdio recentemente para gravar duas músicas, que podem ser conferidas em www.myspace.com/zarapateu. “A gente é muito ligado em sons regionais”, conta Marina. Os ensaios são todo fim de semana, na casa de Moragas, em Laranjeiras, sob protestos da vizinha idosa, Dona Madalena. “Todos os shows são dedicados a ela”, diverte-se o baixista.
Bruna não compareceu à Maré. A mãe, a cantora Emanuelle Araújo, do grupo Moinho, ficou com medo da filha se apresentar na ‘Faixa de Gaza’. O show teve um aspecto especial para Chicão. “Essa barreira tem que acabar. Um bando de caras da Zona Sul estar aqui hoje é irado. Se eu não for músico, quero fazer Ciências Sociais e ser antropólogo”, diz. LSM
esses shows na maré são uma belezura! que bom que alunos do ceat foram, quebrou um pouco o gelo e preconceito que tinha com eles.
ResponderExcluira banda afirmou o que eu já achava: o ceat é uma escola-arte. falta isso (e muito mais) nas escolas (públicas e outras privadas) do brasil.
[escola-arte por incentivar diferenciadasformas de arte e cultura nos alunos, não pelo fato de eles irem até a maré... isso é outra história]
e bem triste esse pensamento da emanuele.
logo ela que diz fazer música pro povo e boemia...
enfim, boa sorte pro zarapatéu!!!
ainda não ouvi, mas a idéia me parece boa.
legal ver gente novinha acontecendo com gosto bom assim.
Eu ainda não vi nem ouvi nada, mas gostei muito dessa notícia, pois sou uma fã apaixonada de cássia e espero que seu filho tenha a mesma sorte, mesmo porque a Eugenia é merecedora dessa vitória. Tomara!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirCARACA MEU!!!!CHICÃO FOREVER...
ResponderExcluirDO MESMO JEITO Q OS FÃS DE SUA MÃE A AMAM...
NÓS IREMOS TE AMAR TBM!
BJO GRANDE...
O chicão deveria ter seguido carreira solo para que a gente pudese ver e curtir ele sozinho inteirinho no palco...seria uma gostosura...o sorriso dele é a coisa mais gostosa de se ve...
ResponderExcluireu era apaixonada pela cássia...hoje sou pelo chicão...
Para os primeiros passos ta otimo...O menino conseteza tem todo o traço da sua mãe...sou fã da Cassia Eller ele faz muita falta para nós fãs, mas nao vamos tentar preencher este vaco com o Chicão...blz pura!!!
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