terça-feira, 3 de agosto de 2010

Elza Soares faz a ponte entre o Rio e Nova Orleans

Nem parecia que Cruzeiro e Atlético jogavam quando Elza Soares entrou no palco para estrear seu novo show, ‘My Soul Is Black’, em Belo Horizonte, encerrando o festival ‘I Love Jazz’. Alheias ao clássico mineiro, seis mil pessoas lotaram a Praça do Papa para conferir sua voz de trovão enfileirar clássicos do jazz, como ‘What a Wonderful World’, ‘Summertime’ e ‘Cry Me a River’. Com direção musical do guitarrista Victor Biglione, o show revela o rascunho do que será o próximo CD da cantora, primeiro mergulho exclusivo no ritmo norte-americano.

“Desde que comecei a cantar samba, eu improvisava como uma jazzista e nem sabia. A lata d’água na cabeça tem muito a ver com o jazz”, decreta Elza. “Estou em uma fase de imersão total no gênero, que ouço 24 horas por dia. Meu marido já está chamando o Chet Baker de Chato Baker”, diverte-se, referindo-se a Bruno Lucide, de 27 anos, empresário da cantora e 46 anos mais novo.

Com o supergrupo que a acompanha na empreitada — além de Biglione, conta com o soprista Nivaldo Ornelas, o baixista Sérgio Barrozo e o baterista Victor Bertrami —, Elza fez três ensaios na Casa Rosa, em Laranjeiras. “Quero mostrar meu ecletismo. Com essa voz que Deus me deu, dá para passear por diversos estilos”, descreve a cantora.

Enquanto Elza soltava a voz na capital mineira, a diretora Elizabete Martins colhia mais material para o filme que desde 2008 está preparando sobre a artista. “Ela é uma personagem riquíssima, que tem relação com o futebol, com o Carnaval e, agora, com o jazz”, define a cineasta.

Com o nome provisório de ‘A Voz do Brasil’, o longa deve ser lançado em novembro de 2011. Elza, porém, ainda não aprovou o título. “Tem muita voz nesse Brasil”, descarta. LSM

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