“Vai uma pinguinha aí?”, convida o anfitrião, esbanjando mineirice, assim que chega nossa equipe (ainda eram 11h da manhã, registre-se). “Entre outras marcas, tem aqui uma cachaça especial do norte de Minas, Viriatinha, que é pau a pau com as melhores”, destaca.
Além das opções etílicas e gastronômicas que remetem a Minas Gerais, é claro que o prato principal do Godofredo é a música. Com instalações temáticas do Clube da Esquina e repleto de instrumentos pendurados pelas paredes, assim como sua matriz em Belo Horizonte, o espaço é um convite à canção.
Entre esses novos chapas, está Daniel Jobim, neto do Tom, atração de sexta-feira no Godofredo. “Estou em um ‘ping-pong’ danado entre Belo Horizonte e o Rio. Aluguei um apartamento no Humaitá, mas ainda conheço pouco a cidade. Ao menos, já aprendi onde é o Túnel Rebouças e como chega na casa do Daniel, em Ipanema”, diverte-se Gabriel Guedes.
Aos sábados, o bar convida músicos da nova geração e, aos domingos, o palco está aberto. Entre os nomes já programados estão Toninho Horta, Milton Nascimento, Yuri Popoff, Hamilton de Holanda e Beto Guedes. O pai de Gabriel, inclusive, é o principal responsável por despertar a paixão do filho pelo Rio. “Eu amo essa cidade! Desde criança, quando meu pai vinha tocar aqui. Lembro de ficar deslumbrado olhando as praias na Zona Sul e aqueles gramadões no Aterro do Flamengo”, recorda. “E aqui onde abrimos o bar, de lambuja, ainda tem a vista do Cristo ali do lado”, comemora.
E, atestando a emblemática frase da música ‘Clube da Esquina 2’, que diz que “sonhos não envelhecem”, Gabriel antecipa, entusiasmado, seus próximos projetos: “Depois de estabelecer o Godofredo no Rio, quero montar um em São Paulo. É importante manter vivas as músicas do Clube da Esquina”, decreta.
GOSTINHO DE MINAS
Para a empreitada no Rio, Gabriel Guedes está com mais três sócios: os também mineiros Pablo Curty e Ramon Curty, e o chef Renato Costa, único carioca da equipe. É ele quem assina o cardápio com influências da cozinha mineira, apresentando pratos que mesclam o tradicionalismo dos ingredientes das fazendas com a cozinha contemporânea.
“Acho que o carro-chefe do Godofredo vai ser o pastelzinho de angu, que é uma coisa que não se vê muito aqui no Rio”, elege Renato (serão seis unidades, nos sabores couve com torresmo e bacon; palmito com tomate seco e cheddar; e frango caipira com requeijão, por R$ 15,90). O chef foi professor de gastronomia em Sidney, na Austrália, e serviu até a estrela do cinema Nicole Kidman.
“Outros destaques, acredito que serão a carne de panela na cerveja preta (R$ 31,90) e a panceta de porco (R$ 32,90), que em Minas é chamada torresmão de barriga. É a tradicional panceta assada, mas com molho de tamarindo”, descreve. LSM (fotos Felipe O'Neill)